Bolsonaro e Carlos eram chefes da "Abin paralela"
Polícia Federal apontou "figuras de alto escalão" do governo passado como os líderes do esquema criminoso. Relatório teve sigilo derrubado ontem pelo STF
Publicação: 19/06/2025 03:00
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Bolsonaro chefiou núcleo político que determinou alvos |
A Polícia Federal afirmou, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o uso clandestino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) era liderado por “figuras de alto escalão” do governo de Jair Bolsonaro (PL), sendo ele e seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), os líderes do esquema criminoso. O documento teve sigilo derrubado ontem pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Conforme a PF, Alexandre Ramagem seria o principal responsável por organizar o monitoramento ilegal. Ele foi definido no relatório como o chefe do “núcleo da estrutura paralela”. “Integrantes deste núcleo atuavam em posições de alta gestão e/ou executavam diretamente as ações clandestinas, plenamente cientes de seu desvio de finalidade em benefício ao Núcleo Político”, informou.
“Composto por figuras de alto escalão do governo à época, incluindo potencialmente o então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e seu filho, vereador Carlos Nantes Bolsonaro. Este núcleo foi o responsável por determinar os alvos das ações clandestinas (opositores, instituições, sistema eleitoral) e se beneficiar politicamente das operações. Era o centro decisório e o principal destinatário das ‘vantagens’ ilícitas (manutenção no poder, ataque a adversários)”, disse trecho do relatório. A PF investigou o funcionamento de uma organização criminosa montada para monitorar indevidamente autoridades públicas. (Correio Braziliense)