Vladimir Herzog foi torturado e morto ao ir voluntariamente para o DOI-CODI em 1975

A Advocacia Geral da União (AGU) pagará R$ 3 milhões para a família de Vladimir Herzog em um acordo judicial que envolve indenização por danos morais e reparação econômica mensal. O jornalista foi torturado e morto em 1975, durante o regime militar. O compromisso do Estado com a família foi divulgado na última quarta-feira, de acordo com a AGU, e a assinatura do documento se dará em cerimônia na sede do Instituto Vladimir Herzog, no dia 26 de julho, véspera do dia em que o jornalista faria 88 anos, se ainda vivesse.

O acordo é fruto de um processo que foi movido neste ano pela família de Herzog contra a União. A viúva do jornalista, Clarice Herzog, também recebe pagamentos mensais no valor R$ 34.577,89, em uma reparação econômica concedida por decisão judicial da 2ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal.

“Dirimir conflitos de maneira consensual e promover a justiça histórica, além de serem mandamentos da nossa Constituição, são compromissos éticos da AGU” afirma o advogado-geral da União, Jorge Messias. Em março deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também reconheceu Herzog como anistiado político. 

Vladimir Herzog era diretor de Jornalismo da TV Cultura. O jornalista foi convocado pelo Exército para prestar depoimento sobre suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro. Em 25 de outubro de 1975, ele compareceu de maneira voluntária ao DOI-CODI e nunca mais retornou para casa. (Estadão Conteúdo)