Prefeito de Pesqueira é cassado e está inelegível Segundo a Justiça Eleitoral, Cacique Marcos Xukuru praticou abuso de poder político e econômico nas eleições de 2024. Vice-prefeita também foi cassada

Mareu Araújo

Publicação: 20/06/2025 03:00

Prefeito, porém, segue no cargo, pois ainda cabe recurso (DIVULGAÇÃO)
Prefeito, porém, segue no cargo, pois ainda cabe recurso
A Justiça Eleitoral da 55ª Zona Eleitoral de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, cassou os mandatos do prefeito e da vice, Cacique Marcos Xukuru (Republicanos) e Cilene Martins (PT). Os dois foram punidos por abuso de poder político e econômico durante o processo eleitoral de 2024. A decisão também torna inelegível, por oito anos, o atual prefeito de Pesqueira e o ex-prefeito Sebastião Leite da Silva Neto, conhecido como Bal de Mimoso. A sentença foi publicada ontem e como ainda cabe recurso, o gestor segue no cargo.

Segundo os autos do processo, a promessa de obra de asfaltamento em uma avenida, em Pesqueira, buscou influenciar o eleitor em sua escolha nas urnas. “Em cumprimento a essa promessa, as obras foram efetivamente iniciadas (pelo ex-prefeito Bal de Mimoso) em 5 de outubro de 2024, véspera do pleito, e abruptamente paralisadas em 7 de outubro de 2024, dia seguinte à eleição, permanecendo inacabadas até a presente data”, diz o texto assinado pelo juiz eleitoral Rodrigo Flávio Alves de Oliveira.

O magistrado afirma, também, que a estreita margem de vitória (882 votos), “torna ainda mais evidente o potencial lesivo da conduta”. “Houve efetiva mobilização da máquina pública, com anúncio realizado em comício, execução física de obra de pavimentação, e os candidatos beneficiados com a conduta ilícita foram eleitos”, completa.

Já no caso de Bal de Mimoso, o juiz declara que o ex-prefeito usou de seu cargo público para iniciar a obra “exatamente na véspera da eleição”.

Em nota, Cacique Marcos Xukuru afirmou que apesar da cassação, continuará exercendo o cargo de prefeito de Pesqueira. “Essa decisão não é definitiva. Tenho confiança que a situação será revertida nas instâncias superiores. Casos semelhantes já foram corrigidos pelo TRE, como no caso de Taquaritinga do Norte, e estou certo que o mesmo acontecerá no nosso caso”, afirmou, em nota oficial.