Dani Portela denunciada pelo MPCO do estado
Denúncia do Ministério Público de Contas aponta suposta contratação de empresa fantasma que pertenceria ao tio de seu marido; a deputada nega
Guilherme Anjos
Publicação: 12/08/2025 03:00
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Deputada disse que todos os contratos de seu gabinete são regidos pela legalidade |
A deputada estadual Dani Portela (PSOL) foi denunciada ao Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO-PE) por ter contratado, desde 2023, uma suposta empresa fantasma que pertenceria a um tio do seu marido para prestar serviços de “consultoria e trabalhos técnicos” ao seu gabinete na Assembleia Legislativa (Alepe).
A parlamentar rebateu às acusações, afirmando não haver irregularidade na contratação da empresa, que teria passado por análise da Procuradoria da Alepe e que, na verdade, seria uma cortina de fumaça para desviar o foco da CPI dos contratos de comunicação do governo do estado. De acordo com a denúncia, a empresa Coutinho Assessoria Ltda. teria sido criada em julho de 2023, cinco meses após Dani Portela assumir seu mandato, com o objetivo exclusivo de atender ao gabinete da deputada. Os gastos nestes dois anos chegariam ao valor de R$ 457 mil em verbas indenizatórias – 36,6% dos recursos do gabinete.
A firma também não possui escritório próprio. Ela é registrada em um coworking na Boa Vista, no Recife. A denúncia aponta que o endereço é o mesmo de outras pessoas jurídicas que teriam recebido recursos do gabinete da deputada. O proprietário é Wildson Pinto Coutinho, tio de Jesualdo de Albuquerque Campos Júnior, marido de Dani, também é filiado ao PSOL, e é contratado de uma empresa de tecnologia sediada no Recife.
Dani afirmou que “todos os contratos de prestação de serviços ligados ao meu gabinete são regidos pela mais absoluta legalidade, sendo submetidos à análise rigorosa da Procuradoria da Assembleia, e passam por auditorias anuais”.
Segundo Dani, a Coutinho Assessoria é a pessoa jurídica criada para que Wildson pudesse prestar serviços ao seu gabinete na Alepe. Ela argumenta que ele é um profissional com mais de 30 anos de experiência na área de segurança de dados, trabalho que ele exerce para a sua equipe.
“A empresa em questão presta serviços de automatização dos dados do meu gabinete, sendo imprescindível a relação de confiança, com remuneração compatível com o mercado”, disse a parlamentar, justificando também a relação familiar com Wildson.
Além disso, a deputada diz que Wildson faz questão de trabalhar presencialmente na Alepe todos os dias, apesar dela própria já ter dito a ele que o trabalho poderia ser feito em regime híbrido ou remoto.
Ela também rebateu as críticas às verbas indenizatórias gastas pelo seu gabinete. “Sou uma das parlamentares que mais devolveu os valores disponíveis na verba indenizatória, totalizando cerca de R$ 200 mil reais em 3 anos de mandato”, disparou