Trump eleva tarifas para dezenas de países As novas taxas começarão a ser cobradas em 7 de agosto, sete dias após a data anunciada originalmente. No Brasil, Datafolha indica percepção sobre tarifaço

Publicação: 01/08/2025 03:00

Donald Trump assinou decreto ontem à noite. Tarifas aduaneiras oscilam entre 10% e 41% (JIM WATSON/AFP)
Donald Trump assinou decreto ontem à noite. Tarifas aduaneiras oscilam entre 10% e 41%

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na noite de ontem um decreto que impõe tarifas mais altas a dezenas de países com os quais Washington afirma ter um déficit comercial. As novas tarifas aduaneiras oscilam entre 10% e 41%, sendo a mais alta para a Síria, enquanto União Europeia (UE), Japão e Coreia do Sul estarão sujeitos a 15%.

Além disso, Washington aumentou em 5%, para 15%, os encargos para Costa Rica, Bolívia e Equador, e manteve intactos os previstos em abril para Venezuela (15%) e Nicarágua (18%).

As novas taxas começarão a ser cobradas em 7 de agosto, sete dias após a data anunciada originalmente. O adiamento tem como objetivo dar tempo às aduanas para se prepararem, explicou uma fonte do alto escalão.

Em documento no qual Washington detalha as novas tarifas, o Brasil aparece com 10%, mas apenas até 6 de agosto. O governo americano anunciou ontem que, sobre essa taxa mínima universal aos produtos brasileiros importados, vai acrescentar 40 pontos percentuais, o que equivale a 50%, devido, principalmente, ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.

DATAFOLHA
Para 89% dos brasileiros, o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos nacionais vai prejudicar a economia do País. Foi o que concluiu pesquisa do instituto Datafolha divulgada ontem. Desse total, cerca de 66% dos entrevistados acredita que o tarifaço vai prejudicar muito a economia. Para 23%, haverá efeito negativo, mas diminuto, enquanto outros 7% avaliam que a medida não trará quaisquer impactos negativos ao Brasil.

Entre eleitores do presidente Lula, 87% acham que o tarifaço será negativo para o Brasil. Já entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, 92%.

O Datafolha também questionou a avaliação dos ouvidos sobre o impacto em suas finanças pessoais. Para 77%, o tarifaço será negativo para sua situação econômica pessoal. Desses, 43% anteveem um impacto alto, 34% um impacto baixo e 19% avaliam que não haverá prejuízo. Entre os respondentes da pesquisa, 72% acreditam que o governo Lula deveria negociar com os EUA para convencer os americanos a mudar de ideia sobre o tarifaço. Já para 15%, a resposta do Brasil deveria ser taxar igualmente os produtos vindos do mercado americano.

Para 6% do público pesquisado, todas as condições exigidas pela Casa Branca deveriam ser atendidas, índice que sobe para 13% entre eleitores de Bolsonaro e cai para 1% entre apoiadores de Lula.

O Datafolha também questionou a visão dos brasileiros sobre os parceiros econômicos do País. Entre os parceiros que o Brasil “pode confiar muito”, 23% respondeu China, seguido de Estados Unidos (19%), União Europeia (18%) e nações do Mercosul (17%). (Metrópoles e Estadão Conteúdo)