Publicação: 24/09/2016 03:00
A estratégia de cada barco para a Refeno leva em consideração três aspectos: o regime dos ventos, o regime de correntes e o desempenho da embarcação em cada um desses regimes. “Cada barco se comporta melhor em determinado tipo de posição e intensidade de vento.
Então você planeja fazer uma rota de maneira que você chegue lá mais rápido. E essa rota não necessariamente é uma linha reta”, afirma Evaldo Altino, comandante do Avatar, que foi chefe da comissão da Refeno por mais de dez anos.
1. As correntes marítimas
Segundo Evaldo, há quem adote a estratégia baseada na corrente do Golfo, escolhendo uma trajetória curva mais à esquerda em relação à linha reta Recife-Fernando de Noronha. Quem defende esse caminho alega que essas correntes, originadas a partir da linha do Equador, ajudam a “empurrar” o barco em direção ao arquipélago.
2. O efeito dos ventos
Há duas formas de classificação dos ventos: quanto à intensidade e ao sentido em destes relação ao barco. Ambas são determinantes para o desempenho da embarcação. Nesse aspecto, há quem defenda que o melhor caminho seja uma trajetória curva à direita em relação à linha reta Recife-Fernando de Noronha. Para esses, os ventos são mais favoráveis nessa área.
2.2. O sentido dos ventos
Os ventos podem ser classificados de acordo com a parte em que atingem o barco, sendo fator determinante o posicionamento da embarcação.
No sail zone
É quando o barco está colocado de frente para o vento, encontrando primeiramente a proa (parte da frente). A embarcação não veleja. Essa situação é observada quando os ventos formam um ângulo de até 40 graus em relação à proa.
Popa
É o vento que pega a parte de trás do barco. Ao contrário do ditado (“de vento em popa”), não é um vento favorável. Com ele, as embarcações costumam utilizar uma vela chamada balão (spinnaker).
Orça
São ventos que chegam ao barco pela parte lateral dianteira. A partir do contra-vento orça, a partir dos 40 graus, já é possível velejar. Quando ganha um pouco mais de ângulo, é chamado de orça folgada.
Través
É o vento que atravessa o barco, perpendicular. É um vento favorável. Há duas variações: o través fechado, com ângulo pouco inferior a 90 graus, e o través aberto, com ângulo um pouco acima de 90 graus.
Alheta
É um vento que atinge a traseira lateral do barco. Tem esse nome porque essa parte da embarcação se chama alheta.
3. A diferença entre os barcos
Nenhum barco é igual ao outro. Há diferenças de tamanho, material da embarcação e das velas, o tamanho das velas, peso, potência… Essas balizas servem para classificá-los. Algumas das categorias são mais genéricas. Outras, baseadas em critérios rigorosos, nas quais as embarcações são certificadas (que pertencem a determinada classe). Estas são classificadas com um rating, um índice que leva em conta as suas peculiaridades, para recalcular o tempo e gerar um resultado mais equânime. Quanto maior o rating, maior a capacidade do barco em termos de desempenho. O resultado da equação é o “tempo corrigido”, que seria o acréscimo ou a retirada de horas, minutos e segundos do tempo absoluto. Em outras palavras: o primeiro barco de uma categoria a chegar não é, obrigatoriamente, o vencedor da sua categoria. Possuem rating as categorias ORC, RGS e Mocra. Nas classes sem rating, a classificação é pelo tempo real.
As categorias da Refeno
Classe ORC
É composta de veleiros mais modernos, que privilegiam o desempenho. São barcos feitos especificamente para regatas que possuem o certificado ORC.
Participantes
Marujos (BA)
Camiranga (RS)
Boto IV (SP)
Lexus/Miragem (RJ)
Angela Star VI (RJ)
Classe RGS
Classe mais voltada para barcos de cruzeiro, que estão mais equipados para “passear” do que para regatas. Possuem o certificado RGS.
Participantes
Lexus/Mantra (SP)
Avatar (PE)
Bolero II (PE)
Panda II (BA)
Leoa (BA)
Talismann (AL)
Labadee (RJ)
La vie en Rose 1 (PE)
Itajaí (SC)
Classe Mocra
É um sistema de medição para veleiros multicascos. Os barcos classificados na classe Mocra também possuem certificação.
Participantes
Jahú (MA)
Ciranda (PE)
Avoador 2 (PE)
Aventureiro 3 (PE)
A Travessia (PB)
Papangu (PE)
Multicasco Catamarã
Nessa categoria, competem os catamarãs não certificados no sistema Mocra. Não há rating.
Participantes
Santa Maria X (SP)
Angelique II (FRA)
Tangaroa 1 (RJ)
Denise III (CE)
Lavie (SE)
Yakare (PE)
Dadu (AC)
VoRai2 (BA)
Aloha XIII (SP)
Classe Aço
São barcos construídos em aço ou outro material metálico. Barcos deste tipo poderão se inscrever nas classes RGS ou ORC, desde que tenham certificados de medição dessas classes. Não há rating.
Participante
Pangeia Travessias Oceânicas
Classe Bico-de-proa
São monocascos que não possuem medição específica e usam velas determinadas, tanto em tamanho como em material utilizado (velas grandes, genoas e bujas, confeccionadas unicamente com Dacron, Prolan ou filmes). Não há rating.
Participantes
Audaz (AC)
Fuga IV (SC)
Fratelli (SP)
Karpaleo (BA)
Tá Lento (SP)
Fisker (SP)
Classe Aberta
Destinada aos monocascos que não se enquadraram nas classes ORC, RGS ou Aço, e cujos comandantes não desejam participar da classe Bico-de-proa. Não há rating.
Participantes
Caudillo (ARG)
Cisne Branco (RJ)
Recreio X (DF)
Prix (SP)
Tempo (BA)
Curimam (SP)
Wanda Duque (RJ)
Diboa (SP)
Ecos (AL)
Tantomar (SP)
Itajaí ( SC)
AYA (RJ)
Kanku dai V (RJ)
Classe Turismo
Nesta classe poderá se inscrever qualquer barco que não deseje participar da regata a vela. Poderá ligar o motor durante todo o percurso sem nenhuma penalização. Não há prêmios para essa classe.
Participantes
Toro (PE)
Allegro XIII (SP)
Cora Mae (EUA)
Paratii 2 (RJ)
Wisdom (ARG)
2.1. Escala Beaufort
Uma das formas de medição da força dos ventos é a Escala Beaufort.
Grau Velocidade (km/h) Clas
0 menor que 1 Calmaria
1 1 a 5 Bafagem
2 6 a 11 Aragem
3 12 a 19 Vento fraco
4 20 a 28 Vento moderado
5 29 a 38 Brisa forte
6 39 a 49 Vento fresco
7 50 a 61 Vento forte
8 62 a 74 Ventania
9 75 a 88 Ventania forte
10 89 a 102 Tempestade
11 103 a 117 Tempestade violenta (tufão)
12 maior que 118 Furacão
Então você planeja fazer uma rota de maneira que você chegue lá mais rápido. E essa rota não necessariamente é uma linha reta”, afirma Evaldo Altino, comandante do Avatar, que foi chefe da comissão da Refeno por mais de dez anos.
1. As correntes marítimas
Segundo Evaldo, há quem adote a estratégia baseada na corrente do Golfo, escolhendo uma trajetória curva mais à esquerda em relação à linha reta Recife-Fernando de Noronha. Quem defende esse caminho alega que essas correntes, originadas a partir da linha do Equador, ajudam a “empurrar” o barco em direção ao arquipélago.
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2. O efeito dos ventos
Há duas formas de classificação dos ventos: quanto à intensidade e ao sentido em destes relação ao barco. Ambas são determinantes para o desempenho da embarcação. Nesse aspecto, há quem defenda que o melhor caminho seja uma trajetória curva à direita em relação à linha reta Recife-Fernando de Noronha. Para esses, os ventos são mais favoráveis nessa área.
2.2. O sentido dos ventos
Os ventos podem ser classificados de acordo com a parte em que atingem o barco, sendo fator determinante o posicionamento da embarcação.
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É quando o barco está colocado de frente para o vento, encontrando primeiramente a proa (parte da frente). A embarcação não veleja. Essa situação é observada quando os ventos formam um ângulo de até 40 graus em relação à proa.
Popa
É o vento que pega a parte de trás do barco. Ao contrário do ditado (“de vento em popa”), não é um vento favorável. Com ele, as embarcações costumam utilizar uma vela chamada balão (spinnaker).
Orça
São ventos que chegam ao barco pela parte lateral dianteira. A partir do contra-vento orça, a partir dos 40 graus, já é possível velejar. Quando ganha um pouco mais de ângulo, é chamado de orça folgada.
Través
É o vento que atravessa o barco, perpendicular. É um vento favorável. Há duas variações: o través fechado, com ângulo pouco inferior a 90 graus, e o través aberto, com ângulo um pouco acima de 90 graus.
Alheta
É um vento que atinge a traseira lateral do barco. Tem esse nome porque essa parte da embarcação se chama alheta.
3. A diferença entre os barcos
Nenhum barco é igual ao outro. Há diferenças de tamanho, material da embarcação e das velas, o tamanho das velas, peso, potência… Essas balizas servem para classificá-los. Algumas das categorias são mais genéricas. Outras, baseadas em critérios rigorosos, nas quais as embarcações são certificadas (que pertencem a determinada classe). Estas são classificadas com um rating, um índice que leva em conta as suas peculiaridades, para recalcular o tempo e gerar um resultado mais equânime. Quanto maior o rating, maior a capacidade do barco em termos de desempenho. O resultado da equação é o “tempo corrigido”, que seria o acréscimo ou a retirada de horas, minutos e segundos do tempo absoluto. Em outras palavras: o primeiro barco de uma categoria a chegar não é, obrigatoriamente, o vencedor da sua categoria. Possuem rating as categorias ORC, RGS e Mocra. Nas classes sem rating, a classificação é pelo tempo real.
As categorias da Refeno
Classe ORC
É composta de veleiros mais modernos, que privilegiam o desempenho. São barcos feitos especificamente para regatas que possuem o certificado ORC.
Participantes
Marujos (BA)
Camiranga (RS)
Boto IV (SP)
Lexus/Miragem (RJ)
Angela Star VI (RJ)
Classe RGS
Classe mais voltada para barcos de cruzeiro, que estão mais equipados para “passear” do que para regatas. Possuem o certificado RGS.
Participantes
Lexus/Mantra (SP)
Avatar (PE)
Bolero II (PE)
Panda II (BA)
Leoa (BA)
Talismann (AL)
Labadee (RJ)
La vie en Rose 1 (PE)
Itajaí (SC)
Classe Mocra
É um sistema de medição para veleiros multicascos. Os barcos classificados na classe Mocra também possuem certificação.
Participantes
Jahú (MA)
Ciranda (PE)
Avoador 2 (PE)
Aventureiro 3 (PE)
A Travessia (PB)
Papangu (PE)
Multicasco Catamarã
Nessa categoria, competem os catamarãs não certificados no sistema Mocra. Não há rating.
Participantes
Santa Maria X (SP)
Angelique II (FRA)
Tangaroa 1 (RJ)
Denise III (CE)
Lavie (SE)
Yakare (PE)
Dadu (AC)
VoRai2 (BA)
Aloha XIII (SP)
Classe Aço
São barcos construídos em aço ou outro material metálico. Barcos deste tipo poderão se inscrever nas classes RGS ou ORC, desde que tenham certificados de medição dessas classes. Não há rating.
Participante
Pangeia Travessias Oceânicas
Classe Bico-de-proa
São monocascos que não possuem medição específica e usam velas determinadas, tanto em tamanho como em material utilizado (velas grandes, genoas e bujas, confeccionadas unicamente com Dacron, Prolan ou filmes). Não há rating.
Participantes
Audaz (AC)
Fuga IV (SC)
Fratelli (SP)
Karpaleo (BA)
Tá Lento (SP)
Fisker (SP)
Classe Aberta
Destinada aos monocascos que não se enquadraram nas classes ORC, RGS ou Aço, e cujos comandantes não desejam participar da classe Bico-de-proa. Não há rating.
Participantes
Caudillo (ARG)
Cisne Branco (RJ)
Recreio X (DF)
Prix (SP)
Tempo (BA)
Curimam (SP)
Wanda Duque (RJ)
Diboa (SP)
Ecos (AL)
Tantomar (SP)
Itajaí ( SC)
AYA (RJ)
Kanku dai V (RJ)
Classe Turismo
Nesta classe poderá se inscrever qualquer barco que não deseje participar da regata a vela. Poderá ligar o motor durante todo o percurso sem nenhuma penalização. Não há prêmios para essa classe.
Participantes
Toro (PE)
Allegro XIII (SP)
Cora Mae (EUA)
Paratii 2 (RJ)
Wisdom (ARG)
2.1. Escala Beaufort
Uma das formas de medição da força dos ventos é a Escala Beaufort.
Grau Velocidade (km/h) Clas
0 menor que 1 Calmaria
1 1 a 5 Bafagem
2 6 a 11 Aragem
3 12 a 19 Vento fraco
4 20 a 28 Vento moderado
5 29 a 38 Brisa forte
6 39 a 49 Vento fresco
7 50 a 61 Vento forte
8 62 a 74 Ventania
9 75 a 88 Ventania forte
10 89 a 102 Tempestade
11 103 a 117 Tempestade violenta (tufão)
12 maior que 118 Furacão
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