Entrevista // Igor Trafane presidente da CBTH

Publicação: 21/01/2017 03:00

“O pôquer é uma atividade legal”

O presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), Igor Trafane, falou, em entrevista ao Superesportes, sobre a luta para popularizar ainda mais o esporte no país. Ele lembrou, também, que o pôquer precisa ser regulamentado, embora seja legalizado.

A presidência
Eu tenho uma série de negócios dentro do pôquer, uma revista que se chama Flop, um site que se chama Superpoker, um campeonato que se chama BSOP e um clube H2. Esses negócios são, sim, minha fonte de renda. A CBTH não tem remuneração. A gente fez questão que fosse assim e estou há oito anos como presidente. Pelo contrário. Meus negócios doam dinheiro para CBTH. A gente queria que a confederação tivesse uma independência financeira e, por ser uma atividade muito nova, ela não tinha fonte de financiamento. Algumas pessoas físicas, no começo, e depois pessoas jurídicas começaram a doar dinheiro porque a gente precisa de uma confederação forte para que ela se desenvolva.

Difusão do esporte
Independente do presidente, a CBTH tem por intenção de continuar sendo a guardiã do jogador de pôquer no Brasil. As Federações têm a missão de difundir o esporte. Segundo, ela está regendo todo o processo de regramento dos jogos de habilidade no Brasil. Hoje se discute os jogos de azar, que deixem de ser ilegal e que passem a poder existir no país. Os jogos de habilidade têm uma preocupação muito grande de separar, apartar. Apesar de lutar para que os jogos de azar existam no Brasil por uma questão filosófica, nós queremos apartar os jogos de habilidade dos jogos de azar porque são duas coisas diferentes, que têm que ter tributação diferente. Essa é uma grande uma pauta de 2017 junto continuar a essa explosão. Hoje, a gente está em 22 estados e a gente quer estar em todas as unidades da federação.

Planos para Pernambuco
Todo ano uma etapa do campeonato brasileiro se dá no Nordeste. Há cinco anos, foi em Salvador. Há quatro anos, foi em Fortaleza. Já faz três anos que vem sendo em Natal. De uma forma ou de outra, o Nordeste sempre foi contemplado. Esse ano estamos negociando alguns destinos. Um deles é Pernambuco, que teve um avanço muito grande com a consolidação da federação do estado. Pernambuco tinha uma série de conflitos que afastava o surgimento de uma liderança muito clara no estado que concentrasse esforços na comprovação junto às autoridades locais da licitude do pôquer e que desse um desenvolvimento mais amplo do jogo na região.

Pessoas que ainda associam ao jogo de azar
Elas podem associar o que elas quiserem com o que elas quiserem. O problema é que ela faz uma associação errada. Tem gente que ainda associa homossexualismo a doença. Tem gente que ainda associa negro a sub-raça. Tem gente que associa mulher ainda a ser menos capaz que o homem. Em suma, são associações erradas. O pôquer não é um jogo de azar. Isso já foi comprovado.

Processo de regulamentação
A legalidade de uma atividade não significa exatamente a regulação dela. Então, o pôquer já é uma atividade legal. Só que ele padece de uma regulamentação, de uma regulação específica. Por ele ser uma atividade nova, não existem regras que o regem. Eu venho tentando falar com autoridades e algumas instituições que são as que deveriam proceder essa regulamentação tentando convencer de que isso deveria ser feito. Eu acho que mais um ou dois anos vamos ter um conjunto de regras não só para o pôquer, mas para os jogos de habilidade no Brasil. Isso está bem perto de acontecer.