Calculadora e a prancheta na mão No seu primeiro dia no Náutico, Márcio Goiano revela projeção de pontos por vaga e mexe no time titular, tirando o volante Negretti

João de Andrade Neto e Klisman Gama
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Publicação: 23/05/2018 09:00

Técnico e matemático. Prancheta e calculadora. Com a missão de tirar o Náutico da lanterna do Grupo A da Série C para a classificação às quartas de final, o técnico Márcio Goiano iniciou ontem o seu trabalho no atual campeão pernambucano. Com elogios ao elenco e prometendo um estilo de jogo ofensivo, o novo treinador alvirrubro estipulou em 25 pontos a projeção a ser atingida pelo time em busca de uma vaga nos mata-matas. Meta ousada, já que o Timbu soma apenas quatro após seis rodadas e está a cinco da Juazeirense, que fecha o G5.

Para alcançar o objetivo traçado pelo novo comandante, o Náutico terá que ter 58,3% de aproveitamento, rendimento hoje superior ao do Botafogo-PB, atual terceiro colocado do grupo, que possui 55,6% de rendimento. E quando se observa que a média histórica do quarto colocado é de 27 pontos a missão de Márcio Goiano fica ainda mais espinhosa. Isso porque, o aproveitamento da equipe teria que subir para 63,8%. O Atlético-AC, vice-líder tem 66,7%.

Vale ressaltar ainda que na história da Série C, dentro do atual formato (desde 2012), nunca um time conseguiu sair da lanterna para a classificação, após seis rodadas disputadas. Dos 12 clubes que estiveram nessa situação, nos dois grupos, oito foram rebaixados e dos quatro sobreviventes, três só livraram a queda na última rodada. A exceção foi o Cuiabá no ano passado, que afastou o perigo com um jogo de antecedência e ainda chegou a partida derradeira com uma pequena chance de avançar na competição. Acabou na 6º posição, dois pontos atrás do Confiança, que se classificou na quarta vaga.

“No ano passado, coincidentement,e nos dois grupos o quarto colocado (Confiança e Volta Redonda) se classificaram com 25 pontos. Se a gente for projetar essa situação poderemos trabalhar com grupos de três jogos. Mas neste momento em que estamos passando, temos que viver intensamente essa próxima partida (domingo, contra o Globo-RN, na Arena de Pernambuco). Temos que a curto prazo viver jogo a jogo. E dentro da realidade a curto e médio prazo temos que vencer 60% para alcançar esse objetivo”, calculou o treinador.

E para atingir essa meta, Márcio Goiano adiantou que pretende implantar um estilo ofensivo ao Náutico. O treinador, contratado no último domingo, revelou que assistiu a derrota para a Juazeirense por 2 a 0, no dia anterior. “O mais importante para nós é resgatar esse elenco, porque na parte técnica nós vemos muita qualidade individual. Eu tenho meu pensamento com relação a postura. Se a gente adotar uma muito defensiva estaremos muito próximo da derrota. Todo adversário exige um respeito, mas dentro de campo temos que nos impor”, prometeu.

Time modificado
Sendo assim, no primeiro treino tático com o elenco, Márcio Goiano promoveu três mudanças com relação à rodada passada, com os retornos do lateral Thiago Ennes e do zagueiro Camacho, ambos recuperados de lesões, e do meia Wallace Pernambucano, que cumpriu suspensão. Porém, a maior novidade ficou por conta da barração do volante Negretti, que foi para a reserva. O jogador é o terceiro que mais defendeu o Náutico na temporada, com 24 jogos, atrás apenas do zagueiro Camutanga e do goleiro Bruno.

Assim, procurando valorizar mais a posse de bola e a saída de jogo ofensiva, Márcio Goiano escalou o time em um trabalho tático, sem goleiro, com Thiago Ennes, Camacho, Camutanga e Tiago Costa; Jonathan, Jobson, Dudu e Wallace Pernambucano; Robinho e Ortigoza.