A entrevista exclusiva de Yuri Romão ao NE45 reforça o que todo mundo desconfiava: a diretoria segue dando votos de confianças ao técnico Pepa. Não adianta o futebol ruim em campo e a lanterna na Série A. O presidente do Sport toca no ponto profissionalismo da gestão para essa manutenção do treinador, “como exige o novo modelo”. Sobre o profissionalismo, concordo em partes. Claro que pagar em dia e ter carteira assinada sempre foi obrigação. O clube ganhou pontos nos últimos anos, sim, como a compra do terreno ao lado do CT (ganho no patrimônio) e o acordo do plano de pagamento da recuperação judicial (mais importante até que o acesso à Série A). Porém, Pepa está no clube desde o ano passado. Não é uma demissão de cinco, seis rodadas. E desde que chegou, não vi uma sequência de bom futebol. Com Enderson Moreira e Mariano Soso tivemos um Sport que empolgava seu torcedor. Que tinha orgulho e lotava a Ilha do Retiro. Hoje, o caldeirão perdeu a sua voz. A chama apagou e já tem um bom tempo. Acabou a sintonia entre time/treinador e torcedor. E não existe ação para trazer essa chama de volta. Por ignorância, ao não entender o chamado e a força de sua própria torcida. A empolgação que envolveu na conquista do acesso no final do ano passado foi substituída por uma frustração alarmante. Para reacender essa conexão será necessária uma mudança, um "fato novo". Claro que este apoio poderia vim com vitórias e bom futebol. Mas quem realmente acredita que essa transformação acontecerá sob o comando de Pepa?

Montagem errada
Essa montagem do elenco virou o grande problema do Náutico. O técnico Hélio dos Anjos não tem peças para colocar a intensidade que gosta nas suas equipes. Só a abertura da janela de transferências pode trazer soluções, desde que o clube consiga investir em reforços pedidos pelo treinador. É fundamental que a diretoria confie no trabalho dele, sem se influenciar por opiniões externas ou internas. Deixem na mão de Hélio!

Cadê o lastro financeiro?
Sem a resposta dos questionamentos dos conselheiros, a tendência é da desistência dos investidores na SAF do Náutico. Agora uma dúvida: será que o Consórcio Timbu tinha lastro financeiro para investir no clube? Outro ponto é qual o plano de contingência do clube. Com uma dívida que ultrapassa os R$ 280 milhões e uma recuperação judicial em andamento, o Timbu precisa ter um Plano B. A situação do Náutico é gravíssima, tendo ainda mais esse desempenho insatisfatório nesta Série C.

Boa vitória do Tricolor
Boa goleada do Santa Cruz, diante de um Horizonte que nem de longe briga por vaga na sequência. Bons destaques individuais do time coral, mas queria levantar a bola de Israel e o primeiro gol de Thiago Galhardo. Espero que essa vitória não afaste a diretoria de se atentar à necessidade de novos reforços para chegar mais forte no mata-mata da Série D.