Clima esquenta no debate sobre a SAF
Presidente da Comissão Fiscal do Santa Cruz, Bartolomeu Bueno rebateu na mesma moeda as críticas do atacante Thiago Galhardo
PAULO MOTA
Publicação: 09/07/2025 03:00
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No último domingo, o atacante declarou que "quem fosse contra a SAF deveria sair" |
O presidente da Comissão Fiscal do Santa Cruz, Bartolomeu Bueno, rebateu ontem duramente as recentes declarações do atacante Thiago Galhardo, que defendeu publicamente a implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), a “venda” do estádio do Arruda e ainda afirmou que quem fosse contra as mudanças deveria “sair do clube”.
“Um jogador do Santa Cruz, empregado do clube, contratado para jogar futebol, não deve se meter na administração. Galhardo ainda não mostrou o que veio fazer no time. Terminou o jogo lá em Natal e já veio falar sobre SAF e transferência do estádio. Esse jogador deveria ser punido. Se eu fosse presidente, rescindiria o contrato dele por justa causa”, afirmou o presidente da Comissão Fiscal, em entrevista ao Momento Esportivo, da Rádio Clube, ontem.
Bartolomeu enfatizou que o papel do jogador é jogar e receber o salário, não se envolver nas decisões internas do clube. “Esse tipo de atitude não é adequada. Não cabe a um jogador se meter na administração do clube. O papel dele é receber o salário e jogar futebol, para isso ele é pago, e não para se envolver na gestão do clube”, destacou.
Entenda o caso:
PERMANÊNCIA
Cinco dias após anunciar sua possível renúncia da presidência do Conselho Fiscal do Santa Cruz, Bartolomeu Bueno voltou atrás e decidiu permanecer no cargo. Bueno revelou ter sido convencido a adiar a saída por lideranças do clube, entre elas o presidente do Executivo, Bruno Rodrigues, o presidente do Conselho Deliberativo, Victor Pessoa de Melo, o presidente da Patrimonial, Adriano Lucena, e membros do próprio Conselho Fiscal.
“Posterguei essa renúncia até que o presidente Bruno Rodrigues possa negociar com a SAF, para que possamos chegar num consenso. Acredito que haverá um entendimento nos próximos dias”, afirmou o mandatário.
Apesar da permanência, o dirigente mantém uma posição firme quanto à transferência definitiva do Arruda para os investidores da SAF. “O Arruda é um patrimônio do Santa Cruz, da associação, do nosso torcedor. Foi concluído por várias gerações. Não temos o direito de entregar de graça para qualquer pessoa que seja”, declarou. No entanto, Bartolomeu se mostrou disposto a aceitar a cessão do estádio por até 100 anos — um contrato de 50 anos renovável por mais 50 —, como pleiteado pelos investidores, mesmo preferindo inicialmente um prazo menor (35 + 35 anos).