Nova denúncia contra a juíza Andréa Calado
Magistrada poderá responder por supostas irregularidades na distribuição de processos
Publicação: 15/01/2014 03:00
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O presidente da OAB-PE considerou os fatos graves |
Segundo a denúncia, a juíza, que também atua na Comarca de Vitória de Santo Antão, teria manipulado a distribuição de processos criminais originados de inquéritos policiais. De acordo com o presidente da OAB de Vitória de Santo Antão, Washington Amorim, a distribuição de processos entre as duas varas instaladas na cidade deveria ser feita por meio de sorteio. “Com essa representação, esperamos que o CNJ instaure um processo administrativo disciplinar que culmine na devida aplicação de penalidade funcional da juíza”, destacou Amorim.
Na representação, é informado que uma serventuária da Justiça teria, inclusive, se negado a cumprir a determinação da juíza e, diante da negativa, teria sido assediada moralmente. Amorim informou, ainda, que a magistrada teria obtido uma certidão falsa atestando que o sistema de distribuição forense estava fora do ar no momento da distribuição do inquérito.
O presidente da OAB-PE, Pedro Henrique Alves, disse que a postura da juíza, se confirmada, é considerada grave. “Os fatos noticiados são de extrema gravidade, ao revelar possível interesse da magistrada na causa em que atuou e ainda uma postura arbitrária e ilegal no trato com os serventuários e jurisdicionados. A atuação dessa juíza não honra a boa tradição da magistratura pernambucana”, afirmou.
Investigação
Com a instauração do PAD no TJPE, na última segunda-feira, a partir de agora serão convocadas no máximo oito testemunhas de acusação e até oito de defesa. O interrogatório da juíza somente será realizado após a produção de todas as provas. Já o julgamento final será realizado em sessão pública, onde serão fundamentadas as decisões. Além da advertência e aposentadoria compulsória, Andréa Calado pode sofrer censura ou ser removida para outra vara.
Saiba mais
Algumas denúncias que pesam sobre a juíza
Teria concedido a guarda provisória de uma criança de um ano a um casal, formado por um piloto norte-americano e uma esteticista carioca, sem respeitar a fila de espera do Cadastro Nacional de Adoção
Foi acusada de abuso de poder ao mandar prender a mãe de um adolescente que estava apreendido e conseguiria a liberdade em 31 de julho de 2013
Teria permitido a presença de policiais militares de sua escolta em audiências que corriam em segredo de Justiça
Foi acusada de ordenar que funcionários da Vara da Infância e Juventude de Olinda fizessem uma cota para cobrir um valor em dinheiro que havia sumido da sala, sob pena de avaliar negativamente o desempenho dos funcionários
Teria entregue uma vassoura a uma funcionária da mesma vara para que ela limpasse a secretaria do Fórum de Vitória de Santo Antão, onde a magistrada também presta serviços