Publicação: 20/07/2014 03:00
Ser remunerado em dólares, conhecer vários países e decretar independência financeira. A proposta seria irrecusável, caso não envolvesse lidar com forças xiitas e passar os dias num deserto onde não há nada constante além da alta temperatura diurna e do frio da noite seca, nem mesmo as dunas de areias que mudavam de endereço a cada tempestade. Aos 18 anos, Jairo Lemos encarava a proposta como sina, fruto de uma série de características e senso de hierarquia que não lhe mostravam carreira mais apropriada que a militar.
Alistado para o serviço obrigatório em Jaboatão, foi voluntário do 18º Batalhão Rio Grande do Sul, formado pela nata de soldados do Nordeste para substituir paulistas que já estavam na Faixa de Gaza, em 1967. Durante um ano e meio, o que mais viu foram turbantes e areia. “Tinha medo. Claro. Todo mundo respeitava o brasão da ONU, mas nunca se sabe. Atirei poucas vezes, todas para o alto. Pedíamos para recuarem das fronteiras e todos obedeciam. Mas era tenso. Avião, por exemplo, se não tivesse o símbolo da ONU, víamos ser abatido antes de chegar ao aeroporto”, lembra.
Ligação, via rádio, para a família, só a cada um ou dois meses. Recebia apenas cartas com notícias atrasadas. O cotidiano de trincheiras era aliviado por cerveja e viagens nos dias de folga, aos sete países que conheceu e que revisita nas caixas de fotografias.
Alistado para o serviço obrigatório em Jaboatão, foi voluntário do 18º Batalhão Rio Grande do Sul, formado pela nata de soldados do Nordeste para substituir paulistas que já estavam na Faixa de Gaza, em 1967. Durante um ano e meio, o que mais viu foram turbantes e areia. “Tinha medo. Claro. Todo mundo respeitava o brasão da ONU, mas nunca se sabe. Atirei poucas vezes, todas para o alto. Pedíamos para recuarem das fronteiras e todos obedeciam. Mas era tenso. Avião, por exemplo, se não tivesse o símbolo da ONU, víamos ser abatido antes de chegar ao aeroporto”, lembra.
Ligação, via rádio, para a família, só a cada um ou dois meses. Recebia apenas cartas com notícias atrasadas. O cotidiano de trincheiras era aliviado por cerveja e viagens nos dias de folga, aos sete países que conheceu e que revisita nas caixas de fotografias.