SAúDE » Nova esperança no combate ao mal de Alzheimer Gene descoberto por cientistas canadenses pode retardar em pelo menos quatro anos o desenvolvimento da doença, que afeta 40 milhões de pessoas em todo o mundo

Publicação: 20/07/2014 03:00

Problema deixa portador dependente para realizar todas as atividades cotidianas (ALCIONE FERREIRA/DP/D.A PRESS)
Problema deixa portador dependente para realizar todas as atividades cotidianas
Cientistas canadenses descobriram um gene que pode retardar em pelo menos quatro anos o desenvolvimento do mal de Alzheimer, segundo estudo publicado nesta terça-feira. Uma variante natural de um gene chamado “HMG CoA reductase”, presente em 25% dos americanos e canadenses, reduz consideravelmente os riscos de sofrer desta doença, escreveram os cientistas na revista Molecular Psychiatric Journal.

“Constatamos que entre os indivíduos portadores desta variante genética, os riscos de desenvolver a doença diminuem 50% nas mulheres e 30% nos homens”, disse à AFP Judes Poirier, encarregado deste estudo realizado pelo Instituto Universitário de Saúde Mental Douglas e pela Universidade McGill de Montreal.

Este gene já é muito conhecido entre os cientistas que trabalham na área cardiovascular, devido ao seu papel na produção do colesterol. Segundo Poirier, as estatinas, inibidores químicos do funcionamento deste gene, causariam o mesmo efeito no mal de Alzheimer que a variedade natural do gene descoberto pelos cientistas do Instituto Douglas.

“Se tivéssemos um medicamento que nos permitisse atrasar em cinco minutos o aparecimento da doença, poderíamos reduzir à metade o número de casos de Alzheimer em uma geração”, avaliou Poirier.

Epidemia

O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência entre pessoas idosas. Com 40 milhões de afetados no mundo, a doença representa um desafio em escala planetária para os sistemas de saúde pública e para a pesquisa especializada, que ainda não desenvolveu um remédio para a doença.