O zoneamento da praia prevê o cadastramento de comerciantes para atuar em barracas e quiosques fixos

Há dois anos, a Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, recebia cerca de quatro mil visitantes em épocas de pico. No verão deste ano, a visitação dobrou. A conclusão dos empreendimentos previstos para a reserva de 526 hectares trouxe moradores e atraiu os turistas, caracterizando a praia como novo point do litoral. Para evitar impactos ambientais decorrentes desse movimento, a área 8,6 km será divida em três zonas, no qual serão aplicadas regras de uso e ocupação.

A partir deste mês, a Praia do Paiva está sendo dividida entre os setores Corais, Enseada e Península. A classificação segue critérios de preservação ambiental, levando em conta a manutenção dos corais e a época de desova das tartarugas marinhas, e impõe limitações aos frequentadores. Algumas providências são de praxe neste tipo de ambiente, como a proibição de jogar lixo e usar som além do volume permitido. Outras restringem a permanência de pessoas sobre os corais, a preparação de alimentos na praia e a prática de esportes em alguns trechos da faixa de areia.

“O zoneamento está em discussão desde 2008, quando os emprendimentos começaram a ser construídos. Mas notamos uma frequência maior de pessoas agora e queremos agir para garantir a convivência pacífica entre frequentadores e natureza”, afirmou o coordenador de operações da Associação Geral da Reserva do Paiva, Gabriel Belmonte.

Dois tipos de placas serão afixidas ao longo da orla para facilitar a identificação dos setores. Serão 24 placas de zoneamento, colocadas na entrada das ruas de acesso à praia, e 21 educativas, com as principais regras para cada setor. Outras 80 bandeiras também serão espalhadas a cada 100 metros de areia.

A partir de setembro, seis fiscais da prefeitura fiscalizarão a praia, das 8h às 17h. O descumprimento das regras pode gerar de advertência a multa de R$ 400 a R$ 20 mil.
O zoneamento incluirá ainda um cadastramento de comerciantes para atuar em barracas e, posteriormente, quiosques fixos. O ordenamento foi visto com bons olhos pela turista mineira Michele Cardoso, 33. Ela parou por acaso na reserva com amigos quando tentava acessar as outras praias do Cabo. “Uma hora as pessoas acabam descobrindo a praia. Então é bom que haja ordenamento para garantir a preservação”, disse.

Dois parques estão previstos para a reserva. Um deles, o Parque da Lagoa, com 4,4 hectares, ficará pronto até o fim do ano. O outro, o Parque do Paiva, na altura da sede da Associação, só deverá ficar pronto em 2017.