Projeto usa tango para ensinar matemática Método foi criado na UPE e é voltado ao ensino de conceitos básicos da disciplina para estudantes com deficiência física ou de aprendizado

Anamaria Nascimento
anamarianascimento.pe@dabr.com.br

Publicação: 07/12/2014 03:00

Professora de engenharia e bailarina Márcia Macedo teve a ideia após participar de um workshop de dança (ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS)
Professora de engenharia e bailarina Márcia Macedo teve a ideia após participar de um workshop de dança
As pernas da bailarina são o compasso que traça arcos geométricos. Os braços dos dançarinos formam ângulos que podem ser calculados. Matemática se aprende com tango. Foi pensando nisso que professores e alunos da Universidade de Pernambuco (UPE) criaram o projeto Engenharia do Tango. A partir do ritmo tipicamente argentino, o grupo vai ensinar conceitos básicos de matemática para alunos com deficiência física ou que apresentem dificuldades de aprendizagem.

A ideia surgiu quando a professora de engenharia da UPE Márcia Macedo, também bailarina de tango, participou de um workshop de dança com o professor argentino Federico Gonzalez. “Percebi que ele mostrava a angulação da perna, calculava os passos. Foi quando tive a ideia de levar o tango para as aulas de matemática”, contou. Professores de engenharia, pedagogia, ciência da computação e psicologia da UPE, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) aceitaram o convite para desenvolver a ação interdisciplinar.

A aula-piloto do projeto acontece no próximo dia 18, durante programação do CineCabeça, realizado pela Secretaria de Educação de Pernambuco e que usa filmes como instrumento de aprendizagem. Este ano, o Engenharia do Tango passa a fazer parte da programação. As aulas de matemática serão oferecidas a 160 alunos da 8ª série de escolas públicas. “Com o tango, conseguimos trabalhar principalmente assuntos de geometria, mas também é possível abordar temas como ângulos, contagem e plano cartesiano”, explicou Márcia.

O projeto tem início oficialmente em março do próximo ano, quando serão realizadas aulas experimentais. O primeiro workshop do projeto acontecerá entre 4 e 9 de março. O encerramento do curso será um baile de tango. Participarão das aulas 200 estudantes de uma escola estadual de Olinda e do Instituto de Cegos de Pernambuco. “O Engenharia do Tango tem a inclusão como princípio. Queremos criar um aplicativo que facilite a vida escolar dos alunos com dificuldade de aprendizagem ou com deficiência física”, ressaltou Márcia.