Fobia e traumas andam lado a lado

Publicação: 24/09/2016 03:00

No caso de Camila Alves, 24 anos, o lugar a ser evitado, com certeza, é o circo e, talvez, algumas festas infantis que ainda contem com palhaços como animadores. “Para mim, ele não é uma figura engraçada, é macabra. Causa mais terror que graça”, aponta. Nem mesmo a profissão de psicóloga auxilia na coulrofobia (medo intenso de palhaços), iniciada na infância ao assistir ao filme de terror It (A Coisa), baseado no livro homônimo do escritor norte-americano Stephen King, que tem no assustador palhaço Pennywise o vilão. “Fiquei com o trauma. Muito medo de ver qualquer palhaço, tanto ao vivo, quanto em filmes”, explica.

A professora de psicologia Cristiany Morais explica que episódios traumáticos podem deixar resquícios fóbicos. “Quem tem mais de 40 anos e passou pela enchente de Tapacurá, por exemplo, pode ter um temor de enchentes. Não somente dela, mas do que ela pode causar, de perder familiares”, aponta.

E sabe aquela história de que é preciso encarar o medo de frente? Segundo a neuropsicóloga Eliana Almeida, nem sempre esse é o caminho mais seguro, uma vez que um dos efeitos possíveis é o agravamento do próprio trauma. Em alguns casos, sessões de psicoterapias analítica ou cognitiva comportamental são suficientes e elementos ligados ao medo são aproximados progressivamente a pacientes. “Porém, em outros casos, a fobia é tanta que é preciso acompanhamento psiquiátrico, com remédios”.

Quando o medo vira fobia
  • A fobia passa a ser o centro da vida
  • Lugares onde o objeto fóbico pode ser encontrado são evitados
  • Pessoas que remetem a fobia são evitadas
Sintomas de fobia
  • Sudorese
  • Taquicardia
  • Enrijecimento dos músculos
  • Estado de tensão
  • Sensação de falta de ar
  • Vontade de fugir
  • Pele esbranquiçada
  • Olhos arregalados 
  • Sensação de nó na garganta