Os limites vividos quando o medo vira doença
Pacientes e especialistas pernambucanos revelam impacto no cotidiano de pacientes que sofrem de fobias e precisam adaptar as próprias vidas
João Vitor Pascoal | joaovitorpascoal.pe@dabr.com.br
Publicação: 24/09/2016 03:00
A racionalidade, por um momento, deixa a mente. Dá lugar a um medo desproporcional, a ponto de tornar-se patológico e diagnosticável: fobia. O medo injustificável, que vai de animais a personagens ou dias de semana, é apreendido na infância, normalmente, difundido por figuras de referência (pais ou alguém com influência na criação) ou por experiências vivenciadas.
Esse tipo de temor, no entanto, pode limitar a vida da pessoa, como bem sabe a enfermeira Camila Sabino. Ela tem, ao menos, dois momentos de tormento intenso por ano. Um no São João e o outro no réveillon, causados pelo medo descomunal de fogos de artifício. “Lembro que, quando eu tinha 12, 13 anos, comecei a perder o controle, tinha crises. Eu tenho medo do barulho e de ver a queima de fogos”, relata. Desde então, passou a evitar lugares suscetíveis a eventos desse tipo. “Nas festas juninas eu não fico perto dos palcos principais, e no Ano Novo, não saio de casa e todos os momentos antes da meia-noite são muito desgastantes. A sensação é de morte”, diz.
“A fobia é algo infundado. Há uma discrepância entre o estímulo do medo e a reação que ele causa. A pessoa começa a suar de forma intensa, o coração acelera, os músculos ficam enrijecidos, falta o ar e há uma vontade muito grande de sair correndo daquele lugar”, explica a psicóloga clínica e professora da Faculdade Damas, Cristiany Morais, sobre as sensações geradas pelo cérebro, mas com efeitos estampados no corpo. “Um exemplo é o medo de piscinas. A criança nasce na ‘água’; É natural que não tenha medo. Quando estão crescidinhas, começam a sofrer influência - pode ser o pai falando algo ou um afogamento visto na TV, não explicado da forma correta. Na mente de cada um é possível encontrar a origem da fobia”, complementa.
A fobia não é apenas o medo de determinada coisa ou situação, mas também o que isso representa. O medo de barata não é do inseto, mas também o nojo do contato, de senti-la andando sobre a pele. O medo de lugares fechados é associado à falta de ar, ao receio de não conseguir escapar. Assim como qualquer doença, há uma parcela das pessoas mais propensas a quadros fóbicos. “Nem toda pessoa ansiosa tem fobia, mas toda pessoa com fobia é ansiosa. E o medo pode se tornar um agente limitador”, resume a psicóloga e neuropsicóloga clínica Eliana Almeida.
“Assim como ocorre na depressão, que tem como emoção-base a tristeza, a ansiedade tem como emoção-base o medo”, explica, alertando que as fobias, para quem não as possui, acabam não fazendo o menor sentido. “Tomei conhecimento do caso de uma pessoa que tem medo de elevador, mas apenas quando ele está parado. Quando ele permanecia um tempinho entre os andares, a pessoa chegava a desmaiar”, relata.
15 medos que você não sabia que existia
Esse tipo de temor, no entanto, pode limitar a vida da pessoa, como bem sabe a enfermeira Camila Sabino. Ela tem, ao menos, dois momentos de tormento intenso por ano. Um no São João e o outro no réveillon, causados pelo medo descomunal de fogos de artifício. “Lembro que, quando eu tinha 12, 13 anos, comecei a perder o controle, tinha crises. Eu tenho medo do barulho e de ver a queima de fogos”, relata. Desde então, passou a evitar lugares suscetíveis a eventos desse tipo. “Nas festas juninas eu não fico perto dos palcos principais, e no Ano Novo, não saio de casa e todos os momentos antes da meia-noite são muito desgastantes. A sensação é de morte”, diz.
“A fobia é algo infundado. Há uma discrepância entre o estímulo do medo e a reação que ele causa. A pessoa começa a suar de forma intensa, o coração acelera, os músculos ficam enrijecidos, falta o ar e há uma vontade muito grande de sair correndo daquele lugar”, explica a psicóloga clínica e professora da Faculdade Damas, Cristiany Morais, sobre as sensações geradas pelo cérebro, mas com efeitos estampados no corpo. “Um exemplo é o medo de piscinas. A criança nasce na ‘água’; É natural que não tenha medo. Quando estão crescidinhas, começam a sofrer influência - pode ser o pai falando algo ou um afogamento visto na TV, não explicado da forma correta. Na mente de cada um é possível encontrar a origem da fobia”, complementa.
A fobia não é apenas o medo de determinada coisa ou situação, mas também o que isso representa. O medo de barata não é do inseto, mas também o nojo do contato, de senti-la andando sobre a pele. O medo de lugares fechados é associado à falta de ar, ao receio de não conseguir escapar. Assim como qualquer doença, há uma parcela das pessoas mais propensas a quadros fóbicos. “Nem toda pessoa ansiosa tem fobia, mas toda pessoa com fobia é ansiosa. E o medo pode se tornar um agente limitador”, resume a psicóloga e neuropsicóloga clínica Eliana Almeida.
“Assim como ocorre na depressão, que tem como emoção-base a tristeza, a ansiedade tem como emoção-base o medo”, explica, alertando que as fobias, para quem não as possui, acabam não fazendo o menor sentido. “Tomei conhecimento do caso de uma pessoa que tem medo de elevador, mas apenas quando ele está parado. Quando ele permanecia um tempinho entre os andares, a pessoa chegava a desmaiar”, relata.
15 medos que você não sabia que existia
- Hipopotomonstroses-quipedaliofobia: medo de palavras grandes
- Ablutofobia: medo extremo de tomar banho
- Selenofobia: medo da lua
- Aeronausifobia: medo de vomitar quando viaja de avião
- Agirofobia: medo de ruas ou cruzamento de ruas
- Ambulofobia: medo de andar
- Cacorrafiofobia: medo de fracassar
- Cainofobia: medo de novidades
- Triscaidecafobia: medo do número 13
- Coprofobia: medo de fezes
- Clinofobia: medo de ir pra cama
- Oiquofobia: Medo de casas ou estar em casa
- Falacrofobia: medo de tornar-se careca
- Narigofobia: medo de narizes
- Penterofobia: medo da sogra