Publicação: 24/09/2016 03:00
Pessoas que vivem diariamente situações de estresse, que têm como características a ansiedade e cobrança exacerbada sobre si mesmos e os outros podem estar próximas do surgimento de uma síndrome do pânico, quando episódios tornam-se mais intensas e recorrentes. “Essas características são como gatilhos de crises caracterizadas por uma excessiva descarga de noradrenalina no cérebro, propiciando sintomas que muitas vezes são confundidos com um infarto”, explica o médico psiquiatra e professor da Universidade Católica de Pernambuco Moab Acioli. “No nível psíquico, há inquietação, vontade de gritar, de correr, sensação de que está ficando louco, mas é importante frisar que o ‘louco’ não acha que está ficando ‘louco’”, complementa.
A síndrome pode ser desencadeada por episódios traumáticos. No caso da economista Dilma Oliveira, o diagnóstico veio após um capotamento de carro, ocorrido no início da década de 1990. “A crise já passou mas, na época, desencadeou medo de muitas coisas. Não conseguia sair de casa, só comia comida feita por minha mãe, porque na minha cabeça ela era a única que não queria me envenenar. Era medo de tudo”, relembra.
A fase intensa dos sintomas durou dois meses e foi controlada por meio de tratamentos alternativos, com uso de florais e meditação. “Os episódios acabam tendo um efeito mais intenso em pessoas que vivem sob estresse extremo”, explica a mestre em psicanálise Ludmila Assis.
Antes mesmo da síndrome, Dilma já tinha fobia de lugares fechados e de viajar de avião, por exemplo. Elas persistem, mas controladas. “Antes de viajar de avião pela última vez, fiz um tratamento por seis meses para me preparar”, exemplifica.
Apesar de estarem sob controle, as fobias ainda limitam a vida. Por muitos anos, ela trabalhou em campanhas políticas, mas nunca ficava no meio dos comícios ou atos dos candidatos. Atualmente, ocupa um cargo em que precisa visitar presídios do estado e também tem que lidar com a fobia. “Todos sabem o que sinto. Em alguns momentos eu digo ‘só vou até aqui’ e paro. Alguns lugares fazem eu me sentir mal”.
Numa viagem recente à Europa, por exemplo, Dilma se privou de visitar alguns pontos turísticos por serem muito fechados, como as catacumbas de Paris e o templo da Sagrada Família, em Barcelona. Além disso, nos trajetos realizados dentro das cidades com os amigos, majoritariamente de metrô, era preciso esperar a vinda de vagões vazios, já que os cheios despertavam fobia. “Quando fui ao Rio, também não consegui andar no bondinho do Pão de Açúcar. São passeios que todos fazem, mas eu não iria curtir”, conta.
Ludmila aponta, porém, que é complexo fazer uma associação direta entre as fobias e a síndrome, alertando que isso depende da subjetividade de cada pessoa. “A pessoa pode desencadear sintomas a partir de uma fobia já existente. Algumas fobias, como a agorafobia (fobia social), apresenta sintomas bastante semelhantes com o pânico, mas não é uma regra”, frisa.
A síndrome pode ser desencadeada por episódios traumáticos. No caso da economista Dilma Oliveira, o diagnóstico veio após um capotamento de carro, ocorrido no início da década de 1990. “A crise já passou mas, na época, desencadeou medo de muitas coisas. Não conseguia sair de casa, só comia comida feita por minha mãe, porque na minha cabeça ela era a única que não queria me envenenar. Era medo de tudo”, relembra.
A fase intensa dos sintomas durou dois meses e foi controlada por meio de tratamentos alternativos, com uso de florais e meditação. “Os episódios acabam tendo um efeito mais intenso em pessoas que vivem sob estresse extremo”, explica a mestre em psicanálise Ludmila Assis.
Antes mesmo da síndrome, Dilma já tinha fobia de lugares fechados e de viajar de avião, por exemplo. Elas persistem, mas controladas. “Antes de viajar de avião pela última vez, fiz um tratamento por seis meses para me preparar”, exemplifica.
Apesar de estarem sob controle, as fobias ainda limitam a vida. Por muitos anos, ela trabalhou em campanhas políticas, mas nunca ficava no meio dos comícios ou atos dos candidatos. Atualmente, ocupa um cargo em que precisa visitar presídios do estado e também tem que lidar com a fobia. “Todos sabem o que sinto. Em alguns momentos eu digo ‘só vou até aqui’ e paro. Alguns lugares fazem eu me sentir mal”.
Numa viagem recente à Europa, por exemplo, Dilma se privou de visitar alguns pontos turísticos por serem muito fechados, como as catacumbas de Paris e o templo da Sagrada Família, em Barcelona. Além disso, nos trajetos realizados dentro das cidades com os amigos, majoritariamente de metrô, era preciso esperar a vinda de vagões vazios, já que os cheios despertavam fobia. “Quando fui ao Rio, também não consegui andar no bondinho do Pão de Açúcar. São passeios que todos fazem, mas eu não iria curtir”, conta.
Ludmila aponta, porém, que é complexo fazer uma associação direta entre as fobias e a síndrome, alertando que isso depende da subjetividade de cada pessoa. “A pessoa pode desencadear sintomas a partir de uma fobia já existente. Algumas fobias, como a agorafobia (fobia social), apresenta sintomas bastante semelhantes com o pânico, mas não é uma regra”, frisa.
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