Uma nova maneira de fazer música Orquestra de tablets da Escola Municipal Pedro Augusto une cancioneiro regional à tecnologia durante a ExpoRobótica, da Prefeitura do Recife

Publicação: 20/10/2016 03:00

Monik integra equipe que reproduz som dos instrumentos. Ela está  a cargo do violoncelo  (Anderson Freire/Esp.DP)
Monik integra equipe que reproduz som dos instrumentos. Ela está a cargo do violoncelo
Com os olhos concentrados no tablet e os ouvidos atentos à voz da maestrina, o som de Asa branca, de Luiz Gonzaga, é construído de um jeito diferente pelos alunos da Escola Municipal Pedro Augusto. Unindo a música à tecnologia, a Orquestra de Tablets é a primeira da Rede Municipal de Ensino do Recife. Os alunos fizeram sua apresentação inaugural ontem na ExpoRobótica, realizada pela Secretaria de Educação na Avenida Rio Branco, Bairro do Recife. A programação segue até amanhã, com apresentação de humanoides, feira de conhecimento, projeto EcoRaspa e oficinas sobre o software Movie Maker.

A performance apresentada pela escola é fruto de uma nova sistemática de ensino, que busca despertar o interesse pela música atrelado ao desenvolvimento da tecnologia. Nos tablets, o programa Walk Band apresenta apenas um teclado no qual os alunos reproduzem as notas. Para cada estudante é configurado o som de um instrumento diferente. Violino, violoncelo, teclado, piano e percussão são reproduzidos.

Monik de Moura, 13 anos, é responsável pelo violoncelo. Apaixonada por música há dois anos, quando iniciou aulas de violino, ela viu na orquestra uma oportunidade de aprender a tocar de um jeito diferente. “Nunca tinha visto isso em nenhum outro lugar. Um mundo novo dentro da música. É bem difícil, mas depois que você pega o jeito, é ótimo”, conta. A estudante, apesar de muito nervosa para a primeira apresentação, já almeja trabalhar em orquestras tradicionais.

O projeto foi idealizado pelo maestro Marcos Galdino, coordenador de música da Secretaria de Educação do Recife, e é desenvolvido em parceria com a maestrina Luana Espíndola, estudante de piano erudito na Escola Técnica de Criatividade Musical. “Estamos na era digital, e essa junção de música com tecnologia é muito legal. Estimula também o interesse das crianças e adolescentes com a música de orquestra.”

Com um mês de ensaio, os alunos apresentaram Asa branca e já estão preparando uma cantata natalina. “Fazer música já é difícil, e fazer música em um aparelho que não é um instrumento musical é ainda mais. Quando você toca no tablet não tem uma resposta imediata, como no instrumento, por exemplo. É preciso esforço e dedicação”, ressalta o Marcos Galdino.

Ontem, a ExpoRobótica teve também apresentações de humanoides e protótipos de robôs. A equipe do Colégio Arquiteto Alexandre Muniz de Oliveira, da Guabiraba, criou um equipamento que retira lixo da rua e deposita nos locais indicados. A ideia surgiu como solução para as escadarias do Alto do Reservatório, onde o acesso de caminhões de lixo é impossível.

“O nosso objetivo é ensinar as pessoas a colocar o lixo no lugar certo. A ideia é que as pessoas retirem manualmente o lixo das escadarias e coloquem o lixo na coleta seletiva na rua.”, explicou Jeferson de Sousa, 13 anos.

“É totalmente diferente tocar em um instrumento de verdade e em um tablet. Mas acredito que o projeto pode levar conhecimento de música a lugares onde ele não chega”
Luana Espíndola, maestrina