O Recife das bicicletas Para o transporte ou para o lazer, as bikes estão sendo cada vez mais levadas a sério no estado e uso, segurança e iniciação dos interessados passa a ser pauta essencial ao planejamento urbano

Publicação: 17/12/2016 09:00

Imagine se a metade do bairro do Parnamirim utilizasse bicicletas como forma de locomoção diariamente. Se entre todos os modais possíveis, 3,7 mil pessoas priorizassem a bike para ir trabalhar, estudar ou passear. Este é o número de ciclistas estimado em apenas um cruzamento do bairro do Arruda, zona Norte do Recife, diariamente. A medição foi feita por membros da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) no encontro da Avenida Professor José dos Anjos com a Avenida Beberibe e é apenas a ponta do iceberg na contagem de moradores que utilizam a bike para transporte ou diversão na cidade.

Pedalar na Região Metropolitana não é tarefa fácil. O alto risco de acidentes com outros veículos no perímetro urbano (o mais recente terminou com um ciclista atropelado por um caminhão na Avenida Abdias de Carvalho) e a insegurança de andar com valiosos instrumentos de locomoção em uma cidade marcada pela violência urbana são alguns dos obstáculos.

Em busca de auxiliar esses ciclistas, a Ameciclo começou a contar a movimentação do modal em pontos da cidade. Em dias esporádicos da semana, pesquisadores vão até a uma avenida previamente escolhida e fazem a contagem das 6h às 20h. Todos os dados são publicados em um estudo e transformam-se em placas pela cidade, como explica Roderick Jordão, coordenador de comunicação da associação. “A gente sabe que, no Recife, cerca de 10% das pessoas usam bicicleta como transporte e queremos que elas pedalem em uma estrutura segura”.