A vingança sangrenta de Ana Duperron

Publicação: 14/01/2017 03:00

Até hoje, nem os pesquisadores nem os descendentes das vítimas da Hecatombe de Garanhuns sabem como foram os últimos dias de Ana Duperron Brasileiro. Depois de deixar a cidade, no mesmo dia que enterrou o corpo do marido, ela teria partido para o Recife junto com a filha, o genro e o neto e passado a morar com a cunhada Hermínia Lins, irmã de Júlio. “Não sabemos onde ela foi sepultada, nem temos informações dos parentes dela”, diz Glauco Brasileiro. Segundo o professor e escritor José Cláudio Gonçalves, Ana Duperron chegou a ser indiciada no inquérito policial, mas foi impronunciada e não chegou a ser julgada. Já o irmão de Júlio, Eutíquio Brasileiro, e seu sobrinho Alfredo Brasileiro Viana, foram presos e condenados pelas mortes.

“A viúva Ana Duperron esteve à frente de toda essa vingança. Além de mandar matar os adversários políticos, ela ainda ordenou que todos os corpos fossem colocados em uma carroça e passassem em frente à sua casa para ter certeza de que estavam todos ali. Depois disso, os corpos foram levados para a Igreja de Santo Antônio, mas apenas os policiais e jagunços mortos passaram na carroça”, relata José Cláudio Gonçalves. Ele também conta que, após as mortes na cadeia pública, Ana Duperron, os parentes de Júlio Brasileiro e alguns jagunços se reuniram na casa da viúva onde comeram, beberam e dançaram para celebrar a matança. “Somente depois de tudo isso um dos sobrinhos de Brasileiro disse a Ana Duperron que agora ela poderia chorar, pois a morte do seu tio havia sido vingada”, finaliza Gonçalves