Vendeta de sangue Protagonizado por uma viúva com sede de vingança, episódio conhecido como Hecatombe de Garanhuns completa 100 anos

texto: Wagner Oliveira | wagner.oliveira@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 14/01/2017 03:00

Um episódio que por muitos anos permaneceu velado na cidade de Garanhuns, no Agreste, completa 100 anos neste domingo. Originada a partir de uma briga entre duas correntes políticas, a Hecatombe de Garanhuns deixou cicatrizes profundas. Até hoje, há quem se emocione ou evite falar sobre o fato que espalhou sangue e dor pelo município. No dia 15 de janeiro de 1917, num massacre impiedoso, 18 pessoas foram mortas no prédio onde funcionava a cadeia pública da cidade. Entre as vítimas estavam sete membros da sociedade, cinco soldados da Polícia Militar, cinco jagunços e um morador que passava pela rua.

O estopim para a matança dos chefes de tradicionais famílias garanhuenses, como Jardins, Miranda e Ivo foi o assassinato do deputado estadual Júlio Brasileiro,  pelo capitão Francisco Sales Vila Nova, no Café Chile, na Praça Independência, no Recife, em 12 de janeiro daquele ano. Um crime cometido por apenas um homem mas que foi vingado sobre várias famílias. “Após saber da morte do marido, a viúva Ana Duperron pensou se tratar de complô armado pelos adversários políticos. Pessoas inocentes foram assassinadas dentro da cadeia pública, onde achavam que estariam protegidas”, conta José Cláudio Gonçalves de Lima, autor do livro Os sitiados: a Hecatombe de Garanhuns.