Publicação: 07/01/2017 03:00
Os relógios das fachadas do Recife, hoje guias dos pedestres, deram a linha do tempo a milhares de trabalhadores. Tecelões entravam e saíam da Fábrica Tacaruna, em Campo Grande, e da Fábrica da Macaxeira, ao som dos apitos acionados pelas horas desses relógios. “O relógio não mentia para ninguém. Era de uma pontualidade que as pessoas, inclusive eu, acertavam os ponteiros dos relógios de pulso por ele”, lembra João Victor de Jesus, 72 anos, ex-funcionário da Fábrica da Macaxeira, onde trabalhou por 22 anos.
Há quase duas décadas o relógio desapareceu da Fábrica da Macaxeira. A peça, de provável origem suíça e rica em cobre, foi roubada. Por quem não se sabe. Gerente de patrimônio da antiga indústria, Valdomiro Pereira, 57 anos, data o furto entre 1991 e 1993. Na época, a vigilância da área, com 10 hectares, ficava a cargo de dois ou três seguranças. Os criminosos aproveitaram o momento em que os vigilantes estavam distante do lugar do relógio e praticaram o crime.
O sumiço do carrilhão entristeceu quem se recuperara do fechamento da indústria, em 1991. Neste ano, a sirene norteadora do entra e sai da fábrica emudeceu, mas o relógio continuou funcionando. “Quem passava pela fábrica, como eu, olhava ele”, recorda Iranete de Amorim, 59. Ela engrossa o coro dos que sonham ver um novo relógio na fábrica. Ao menos terão um guia.
Esse guia os moradores de Campo Grande e de Santo Amaro encontram na desativada Fábrica Tacaruna. O relógio que determinou por quase um meio século a rotina de operários está quebrado. Os primeiros operários estavam ligados à Usina Beltrão. Depois, em 1924, vieram os da Companhia Manufatora de Tecidos do Norte. E o relógio continuou intacto. Foram décadas de prosperidade. Em 1982, a crise no setor de tecidos levou ao fechamento da fábrica e ao desgaste mais acelerado do relógio, que ficou sem manutenção. Parte dos ponteiros desapareceu. Ficaram duas lâminas finas cravando 1h50.
Há quase duas décadas o relógio desapareceu da Fábrica da Macaxeira. A peça, de provável origem suíça e rica em cobre, foi roubada. Por quem não se sabe. Gerente de patrimônio da antiga indústria, Valdomiro Pereira, 57 anos, data o furto entre 1991 e 1993. Na época, a vigilância da área, com 10 hectares, ficava a cargo de dois ou três seguranças. Os criminosos aproveitaram o momento em que os vigilantes estavam distante do lugar do relógio e praticaram o crime.
O sumiço do carrilhão entristeceu quem se recuperara do fechamento da indústria, em 1991. Neste ano, a sirene norteadora do entra e sai da fábrica emudeceu, mas o relógio continuou funcionando. “Quem passava pela fábrica, como eu, olhava ele”, recorda Iranete de Amorim, 59. Ela engrossa o coro dos que sonham ver um novo relógio na fábrica. Ao menos terão um guia.
Esse guia os moradores de Campo Grande e de Santo Amaro encontram na desativada Fábrica Tacaruna. O relógio que determinou por quase um meio século a rotina de operários está quebrado. Os primeiros operários estavam ligados à Usina Beltrão. Depois, em 1924, vieram os da Companhia Manufatora de Tecidos do Norte. E o relógio continuou intacto. Foram décadas de prosperidade. Em 1982, a crise no setor de tecidos levou ao fechamento da fábrica e ao desgaste mais acelerado do relógio, que ficou sem manutenção. Parte dos ponteiros desapareceu. Ficaram duas lâminas finas cravando 1h50.
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