O esforço transpõe fronteiras Estudantes como Jonas Tavares, que irá a Londres em programa da ONU, provam que o mundo está ao alcance através do estudo

texto: Anamaria Nascimento | anamaria.nascimento@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 22/07/2017 03:00

Eduarda está no Japão. Vinícius, nos Estados Unidos. Victor se prepara para embarcar para Atlanta. Gabriel e seus colegas de classe conheceram Boston. Nessa época Raíza e Matheos estavam em Tóquio. Alguns desses personagens moram em bairros periféricos e frequentam instituições públicas. Outros vivem em bairros nobres e estudam em algumas das escolas privadas mais conceituadas do estado. Independentemente do contexto socioeconômico de cada aluno, um elo une as histórias desses estudantes pernambucanos: o bom desempenho escolar. São alunos e alunas que levam o nome do estado para o exterior e conquistaram destaque internacional.  

Morador do Ibura, Jonas Tavares é um desses estudantes que fazem professores e pais se orgulharem. Quando estudava na Escola Estadual Dom Sebastião Leme, no Ibura, viajou para os EUA pelo Ganhe o Mundo. Fez uma seleção e ganhou uma bolsa para estudar em Xangai, na China. De volta ao Brasil, foi selecionado no programa da ONU World Merit 360. Vai para Londres em agosto. “Sempre estudei em escola pública e não desisto dos meus sonhos. Quero ser diplomata”, diz.

Vinícius Freitas, 17, representa Pernambuco nos Estados Unidos. Considerada uma das melhores universidades do mundo, a Yale University selecionou o aluno do Colégio Damas para um curso de verão. No programa, o estudante está sendo desafiado a pensar estrategicamente e negociar respostas potenciais a complexos dilemas internacionais, extraídos de questões históricas e contemporâneas. Ele concorreu com estudantes de 150 países. “Acredito que somos cidadãos globais, logo, o país em que o indivíduo nasce ou é criado não deveria limitar as suas oportunidades”, opina.

Apesar de os destaques surgirem em todas as redes de ensino e classes sociais, a fundadora e presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, ressalta que as oportunidades para os estudantes são desiguais no país. “Numa analogia com uma corrida, é como se o aluno de nível socioeconômico maior começasse a prova com 40 metros de vantagem e o da escola pública no ponto zero. Não porque a escola particular é necessariamente melhor, mas porque as oportunidades, de viajar, ir ao cinema e ao teatro ou de acesso a bibliotecas, por exemplo, foram diferentes”, pontua.