Casarões ruídos e vidas arruinadas
Conselho de Arquitetura e Urbanismo exige que prefeituras inspecionem imóveis para evitar novos colapsos. Na Rua da Matriz, famílias vivem drama
MARCIONILA TEIXEIRA
marcionila.teixeira@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 03/05/2018 09:00
Elenilson dos Santos, 42 anos, está há dois dias de plantão em frente à casa onde morou nos últimos 40 anos. Ele vivia em um prédio amarelo, danificado na segunda-feira após a queda do telhado do imóvel vizinho, na Rua da Matriz, na Boa Vista. Desolado, espera uma solução para seu drama. De uma hora para outra, se viu sem casa e com parentes feridos em virtude do acidente. Deseja pelo menos retirar parte de seus móveis do lugar.
A Defesa Civil do Recife não tem previsão para desinterditar a casa de Elenilson, o que permitiria sua entrada no lugar. A ocorrência deixou três feridos e desalojou 26 pessoas de quatro edificações, de números 83, 89, 97 e 101, que tiveram de ser isoladas. Na região, vários outros prédios estariam correndo perigo. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) pediu que os poderes públicos municipais façam vistorias em imóveis sem manutenção e alertou sobre a necessidade de realização de reparos pelos proprietários.
Na casa de Elenilson moravam 17 pessoas. A mãe dele e um cunhado continuam internados com ferimentos. A família está morando em diferentes casas de amigos ou parentes. “Estou esperando a Defesa Civil dar uma posição. Vou ficar aqui até resolver.”
No térreo do imóvel trabalhava o sapateiro Ronaldo Pereira, 49. Ele lamenta o prejuízo por conta do fechamento do negócio. “Esse ponto é muito conhecido desde a época de meu avô. Não tenho como atender em outro lugar. Os clientes estão voltando sem atendimento”, queixou-se. Um laboratório de lentes e um motel também foram interditados porque são vizinhos dos dois prédios danificados e oferecem risco. O laboratório, no entanto, funcionou ontem em um pedaço apertado do imóvel.
A situação dos moradores é reflexo do quadro de insegurança que cerca os imóveis históricos do Centro do Recife. Ontem, o presidente do CAU, Rafael Tenório, encaminhou às prefeituras da capital e demais cidades da Região Metropolitana um documento alertando para a necessidade de inspeções por parte das entidades públicas e manutenção pelos donos, para evitar novos desastres.
“Em um curto período, tivemos dois acidentes com características similares, um no Recife e outro, maior, em São Paulo (referindo-se ao colapso do edifício Wilton Paes de Almeida, de 24 andares, ocorrido na madrugada da terça-feira). A origem do problema é a mesma. Os centros das cidades estão abandonados e não há interesse nem incentivo para resolver”, criticou.
Para Tenório, é preciso pensar em maneiras de a iniciativa privada ocupar esses espaços e em formas de requalificar as edificações, por exemplo, para habitação popular ou oferta de serviços públicos. “Nos colocamos à disposição para debater o tema”, destacou. A proposta do CAU é reforçar o apoio aos municípios para a realização de ações conjuntas de fiscalização educativa. Procurada pelo Diario, a Prefeitura do Recife não informou o número de imóveis com risco de desabamento.
A Defesa Civil do Recife não tem previsão para desinterditar a casa de Elenilson, o que permitiria sua entrada no lugar. A ocorrência deixou três feridos e desalojou 26 pessoas de quatro edificações, de números 83, 89, 97 e 101, que tiveram de ser isoladas. Na região, vários outros prédios estariam correndo perigo. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) pediu que os poderes públicos municipais façam vistorias em imóveis sem manutenção e alertou sobre a necessidade de realização de reparos pelos proprietários.
Na casa de Elenilson moravam 17 pessoas. A mãe dele e um cunhado continuam internados com ferimentos. A família está morando em diferentes casas de amigos ou parentes. “Estou esperando a Defesa Civil dar uma posição. Vou ficar aqui até resolver.”
No térreo do imóvel trabalhava o sapateiro Ronaldo Pereira, 49. Ele lamenta o prejuízo por conta do fechamento do negócio. “Esse ponto é muito conhecido desde a época de meu avô. Não tenho como atender em outro lugar. Os clientes estão voltando sem atendimento”, queixou-se. Um laboratório de lentes e um motel também foram interditados porque são vizinhos dos dois prédios danificados e oferecem risco. O laboratório, no entanto, funcionou ontem em um pedaço apertado do imóvel.
A situação dos moradores é reflexo do quadro de insegurança que cerca os imóveis históricos do Centro do Recife. Ontem, o presidente do CAU, Rafael Tenório, encaminhou às prefeituras da capital e demais cidades da Região Metropolitana um documento alertando para a necessidade de inspeções por parte das entidades públicas e manutenção pelos donos, para evitar novos desastres.
“Em um curto período, tivemos dois acidentes com características similares, um no Recife e outro, maior, em São Paulo (referindo-se ao colapso do edifício Wilton Paes de Almeida, de 24 andares, ocorrido na madrugada da terça-feira). A origem do problema é a mesma. Os centros das cidades estão abandonados e não há interesse nem incentivo para resolver”, criticou.
Para Tenório, é preciso pensar em maneiras de a iniciativa privada ocupar esses espaços e em formas de requalificar as edificações, por exemplo, para habitação popular ou oferta de serviços públicos. “Nos colocamos à disposição para debater o tema”, destacou. A proposta do CAU é reforçar o apoio aos municípios para a realização de ações conjuntas de fiscalização educativa. Procurada pelo Diario, a Prefeitura do Recife não informou o número de imóveis com risco de desabamento.
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