Família pensa em recorrer da decisão

Publicação: 23/05/2018 09:00

Embora a expectativa fosse por uma condenação do réu à pena máxima de 48 anos, o que mais decepcionou a família foi o fato de que ele cumprirá a sentença no Presídio de Igarassu. Na opinião de Maria José Arruda, mãe de Maria Alice e ex-mulher de Gildo, o presídio vem servindo de “hotel” para o detento, já que ele tem direito a uma cela individual - procedimento comum com autores de crimes sexuais - e recebe visita íntima, um direito previsto pela legislação. Durante sua prisão, Gildo foi pai de uma menina, resultado de relacionamento que mantém, segundo a família da vítima, desde quando ainda era casado com Maria José.

“Maria Alice descobriu esse caso que ele tinha com uma mulher de Gravatá e foi com ela que ele teve uma filha, já preso. A criança tem um ano. Nasceu no mesmo dia que a minha filha foi morta”, contou Maria José.  Inconformada, a mãe da vítima cogita recorrer do resultado do julgamento. “Eu esperava que ele tivesse pena máxima e fosse levado para outro lugar, mas continuar em Igarassu é o mesmo que estar em um hotel”, criticou.

Enquanto pensa no recurso, Maria José também pretende virar a página. Minutos antes de saber da sentença, ela fazia planos de seguir em frente e deixar o passado para trás. “Depois desse dia não quero mais falar sobre isso. Só quero que a justiça seja feita. Sei que não teremos ela de volta, mas pelo menos ele vai responder pelo crime que cometeu”, disse.

Gritos e fogos
O público que acompanhou o julgamento também não ficou satisfeito com o resultado. Os espectadores queriam pena máxima e aguardaram a saída do réu. Aos gritos de “assassino”, uma pequena multidão seguiu o carro da polícia, onde Gildo estava, até onde pôde.  Mesmo sem a pena máxima, houve queima de fogos para festejar a condenação.