Amor e união, na saúde e na doença, há 60 anos
Sem poderem festejar em casa, juiz e contadora aposentados comemoram matrimônio em hospital
MARCIONILA TEIXEIRA
marcionila.teixeira@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 01/06/2018 03:00
Todos os dias, religiosamente, José, 88 anos, e Izabel, 87, tiram suas alianças de ouro e as colocam em um altar montado em casa. Depois, põem as joias de volta nos dedos e beijam a mão um do outro. O ritual é como uma bênção para o casal, unido há 60 anos, completados ontem. As bodas de diamante seriam celebradas hoje, com uma missa na capela do Colégio Virgem Poderosa, na Jaqueira. Um contratempo infeliz adiou o evento. A nova data ainda não está definida.
No último domingo, José de Abreu Santos, juiz aposentado, foi internado no Hospital Esperança, na Ilha do Leite, em virtude de uma infecção. Desde então, Izabel Monteiro de Abreu Santos, formada em contabilidade, passa os dias ao lado do companheiro. Só não dorme na unidade de saúde por precaução da família. Tocados com o adoecimento repentino do pai e a dedicação da mãe, os oito filhos e filhas do casal decidiram não deixar a data passar em branco. Combinaram fazer uma cerimônia surpresa de bênção das alianças em uma pequena capela do hospital.
A cerimônia aconteceu no fim da manhã de ontem. Contou com a presença do padre Tiago Melo, pároco da Madalena e amigo da família há muitos anos. Além dos filhos, também presenciaram a renovação dos votos de José e Izabel seus netos, netas, genros e noras. No espaço pequeno, a família cantou músicas religiosas ou queridas do casal, como a romântica Hino ao amor, tocou violão, rezou e posou para fotos, como em uma celebração tradicional. “Assim que meu pai tiver alta, vamos esperar mais dez dias para remarcar a nova data da festa”, disse Maria Verônica Monteiro de Abreu, uma das filhas do casal.
Janice Souza é auxiliar de enfermagem no hospital. Ela acompanhou toda a cerimônia em silêncio, encostada na porta da pequena capela dedicada a pacientes e a seus familiares. “Estou achando belíssimo. É muito difícil ficar junto tanto tempo assim.” Entre os filhos, José Daniel Monteiro de Oliveira segue os passos dos pais. Sua união com Sandra Abreu já dura 25 anos.
No quarto onde José está internado, familiares espalharam por janelas de vidro e nas paredes fotos atuais do casal e de quando eram jovens. Para a cerimônia, José colocou um paletó e uma gravata verde. Izabel vestiu um terno da mesma cor. Desceram de mãos dadas até o térreo, onde fica a capela. “Sinto por ele só amor, muito amor. Não é aquele amor agitado do início, é mais sereno. As pessoas se admiram e perguntam se tem receita para ficar tanto tempo junto. Digo que não tem. Costumo dizer que no casamento a gente sai de uma situação de um pouco mais de liberdade que teria na vida de solteiro, pois exige renúncia. Mas foi uma escolha, não fui obrigada a nada”, diz Izabel. Ao lado dela, José resume: “Ela é meu presente do céu. Somos dois em um. Um em dois. Onde falhei, ela chegou.”
No último domingo, José de Abreu Santos, juiz aposentado, foi internado no Hospital Esperança, na Ilha do Leite, em virtude de uma infecção. Desde então, Izabel Monteiro de Abreu Santos, formada em contabilidade, passa os dias ao lado do companheiro. Só não dorme na unidade de saúde por precaução da família. Tocados com o adoecimento repentino do pai e a dedicação da mãe, os oito filhos e filhas do casal decidiram não deixar a data passar em branco. Combinaram fazer uma cerimônia surpresa de bênção das alianças em uma pequena capela do hospital.
A cerimônia aconteceu no fim da manhã de ontem. Contou com a presença do padre Tiago Melo, pároco da Madalena e amigo da família há muitos anos. Além dos filhos, também presenciaram a renovação dos votos de José e Izabel seus netos, netas, genros e noras. No espaço pequeno, a família cantou músicas religiosas ou queridas do casal, como a romântica Hino ao amor, tocou violão, rezou e posou para fotos, como em uma celebração tradicional. “Assim que meu pai tiver alta, vamos esperar mais dez dias para remarcar a nova data da festa”, disse Maria Verônica Monteiro de Abreu, uma das filhas do casal.
Janice Souza é auxiliar de enfermagem no hospital. Ela acompanhou toda a cerimônia em silêncio, encostada na porta da pequena capela dedicada a pacientes e a seus familiares. “Estou achando belíssimo. É muito difícil ficar junto tanto tempo assim.” Entre os filhos, José Daniel Monteiro de Oliveira segue os passos dos pais. Sua união com Sandra Abreu já dura 25 anos.
No quarto onde José está internado, familiares espalharam por janelas de vidro e nas paredes fotos atuais do casal e de quando eram jovens. Para a cerimônia, José colocou um paletó e uma gravata verde. Izabel vestiu um terno da mesma cor. Desceram de mãos dadas até o térreo, onde fica a capela. “Sinto por ele só amor, muito amor. Não é aquele amor agitado do início, é mais sereno. As pessoas se admiram e perguntam se tem receita para ficar tanto tempo junto. Digo que não tem. Costumo dizer que no casamento a gente sai de uma situação de um pouco mais de liberdade que teria na vida de solteiro, pois exige renúncia. Mas foi uma escolha, não fui obrigada a nada”, diz Izabel. Ao lado dela, José resume: “Ela é meu presente do céu. Somos dois em um. Um em dois. Onde falhei, ela chegou.”
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Carinho que não se curvou a distâncias