Parte do tráfego de veículos que ocupa a margem da Bacia do Pina será feito por trás da área dos empreendimentos

O novo sistema viário do Cais José Estelita entrará em funcionamento no próximo mês de junho. As obras incluem um binário que vai alterar o percurso dos carros que, hoje, passam exclusivamente pela frente da Bacia do Pina. Dessa forma, o novo sistema será formado por duas avenidas paralelas: uma ainda junto à margem da Bacia, para os veículos que estiverem no sentido Zona Sul–Centro, e outra posicionada atrás dos empreendimentos do projeto Novo Cais, no sentido Centro–Zona Sul. Cada uma delas terá três faixas de rolamento.

Os detalhes do novo sistema, bem como de todo o projeto Novo Cais, antes conhecido por Novo Recife, foi apresentado ontem durante coletiva da Moura Dubeux, empresa responsável pelo empreendimento, junto com a Prefeitura do Recife. As obras do sistema viário já estão próximas a serem concluídas. Além das faixas, ele vai contar com retornos entre quadras, para facilitar na hora do deslocamento, ciclovia, calçadas largas e infraestrutura subterrânea completa para redes de energia, internet, gás e saneamento.

Outro foco de investimento foi no sistema de drenagem pluvial da região - que foi redesenhado para resolver gargalos históricos de alagamento em áreas como o bairro de São José. As obras incluem novas redes pluviais que atravessam a antiga linha férrea, conexões com a bacia do Rio Capibaribe e pontos de escoamento interligados à Avenida Sul, elevando a resiliência hídrica da área.

DANTAS BARRETO
Em relação à Avenida Dantas Barreto, um das ações mitigadoras mais debatidas, o projeto prevê a implantação de uma praça no prolongamento da via, após a derrubada do muro, que marcará o encontro dela com essa nova configuração da cidade, mas abertas somente para pedestres.

Com o início da operação do binário, será possível então iniciar a fase de construção do parque público da orla – que ocupará uma área de 33 mil metros quadrados, com previsão para entrega em junho do próximo ano. Além dele, também está em andamento o trabalho de restauração de galpões e casarios do que virá a se tornar o Parque da Memória Ferroviária.

MITIGAÇÃO
Todos esses investimentos estão previstos nas ações mitigadoras acordadas entre a construtora, a Prefeitura do Recife e outras entidades como Advocacia Geral da União (AGU) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Secretaria do Patrimônio da União (SPU) para que a proposta de construção de imóveis residenciais e empresariais pudesse sair do papel. Atualmente, dois prédios já foram instalados – próximo ao Cabanga – e um terceiro já começa a sair do papel.  

Segundo o CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, o investimento total estimado na malha viária é de R$ 50 milhões, dos quais R$ 35 milhões já foram executados e os R$ 15 milhões restantes correspondem à fase atual. O investimento total nas ações é superior a R$ 140 milhões.

Para a empresa, uma das inovações do projeto também é romper com “o modelo tradicional de condomínios fechados”. Os empreendimentos residenciais, como o Mirante do Cais e o Parque do Cais, têm suas fachadas ativas, com espaços para o comércio e contato direto com o público, contribuindo para a vitalidade urbana.

Além disso, a expectativa é que alguns dos espaços que vão  se mantidos nos parques, como os antigos casarios que existiam no local, sejam ocupados por operações de restaurante, cafés, e outros serviços que transformem toda a área em um novo espaço de convivência e destino do recifense e de pessoas que visitem a cidade.