Estrutura restante é foco de preocupação Moradores vizinhos do prédio que desabou em Jaboatão ainda não puderam voltar para suas casas. Administradora não cumpriu prazos

BARTÔ LEONEL

Publicação: 08/05/2025 03:00

Parte da estrutura do prédio continuou em pé, levando riscos para a sua vizinhança (RAFAEL VIEIRA/DP FOTO)
Parte da estrutura do prédio continuou em pé, levando riscos para a sua vizinhança

O drama dos moradores e dos vizinhos do Edifício Kátia Melo, que desabou na última terça-feira (6) em Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, ainda continua por causa das incertezas a respeito das providências que serão tomadas em relação ao restante do prédio que ainda está de pé. Ontem, terminaram alguns prazos impostos pela prefeitura municipal à administradora do prédio e que não foram cumpridos.

“A gente está aguardando que algo seja feito o mais rápido possível para que não venha atingir a minha casa. Eu não sei como é que estão resolvendo, mas eu só espero que seja rápido, antes que aconteça uma tragédia pior,” relatou Katarina Pimentel da Silva, que mora na casa vizinha ao prédio e que também está interditada.

Ela conta o que aconteceu no dia do desabamento. “Eu estava em casa e tive um susto muito grande quando caiu o prédio. Foi praticamente na janela do quarto onde a minha mãe estava. Ela é acamada, teve um AVC e eu fiquei com muito medo de ter machucado ela. Eu e a cuidadora corremos imediatamente para o quarto  e conseguimos sair da casa”, disse.

Outro local que segue interditado é a Peixaria Candeias. O proprietário, que não quis gravar entrevista, mas perdeu alguns produtos que e estava retirando do estabelecimento.  Ambos os proprietários seguem no aguardo de algum posicionamento da administração do prédio, que ainda tem riscos de desabamento.

PRAZOS
A reportagem do Diario de Pernambuco tentou entrar em contato com a síndica do edifício, mas não obteve retorno. De acordo com os agentes da Defesa Civil de Jaboatão que estavam no local na manhã de ontem, o prazo de 24 horas estabelecido pelo órgão para que a administração do imóvel resolvesse o que seria feito com o restante do prédio já se encerrou. A partir disso, a segurança do local, que estava sendo feita pela Guarda Municipal da cidade para evitar possíveis furtos ou entrada de pessoas, passa a ser de responsabilidade da administração do imóvel. Caso nada seja feito no local, a Defesa Civil da cidade irá encaminhar o caso para o Ministério Público de Pernambuco. Apenas uma exigência foi cumprida: a retirada dos portões de proteção da área externa do prédio.