Comitê vai se reunir e praia pode ser interditada

Publicação: 05/06/2018 03:00

Dos 65 casos registrados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit) desde 1992, 12 ocorreram nas imediações da igrejinha de Piedade. A área é reconhecidamente de risco. Mas apesar das placas de advertência espalhadas por toda a orla de Jaboatão dos Guararapes, alertando sobre os riscos do banho de mar, e dos avisos dos salva-vidas a cada vez que alguém entra na água, os ataques continuam a acontecer com frequência.

É por isso que às 9h de hoje todos os membros do Cemit irão se reunir na Secretaria de Defesa Social, em Santo Amaro, para discutir o que está acontecendo e definir novas ações de prevenção e fiscalização. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai abrir procedimento específico na Promotoria de Justiça para investigar se a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes está adotando providências educativas e preventivas para esses casos.

O presidente do Cemit, Leodilson Bastos, reconhece que são necessários reforços de prevenção e fiscalização. “O encontro irá justamente discutir que tipo de ações seriam essas a serem implementadas pelo Corpo de Bombeiros. Iremos discutir a possibilidade de interdição da praia, mas essa é uma decisão muito difícil de ser adotada pelo governo do estado porque precisa de muitos estudos antes de se fechar uma praia”, disse Leodilson.

A promotora de Justiça do MPPE Zélia Dinah, que está à frente do caso, disse que está em processo uma recomendação para que a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes adote providências educativas e preventivas para os incidentes com tubarões. “Será aberto também procedimento específico na Promotoria de Justiça para investigar se o município atua de forma diligente na proteção do cidadão que frequenta a praia”, informou a promotora. A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta edição não se posicionou sobre o assunto.

Somente no domingo, o Corpo de Bombeiros fez cerca de 20 alertas para que banhistas saíssem da água no local. O chefe de comunicação social dos Bombeiros, major Anderson Barros, acredita que os ataques só deixarão de acontecer com uma mudança de comportamento dos banhistas. “A área é de risco e todos os dias alertamos as pessoas. Em dias de pico como nos fins de semana, chegamos a dar até 150 alertas, seja indo falar com quem se arrisca a entrar no mar, seja usando apitos de advertência. Quando viramos as costas, as pessoas insistem e voltam a entrar. E isso não temos como proibir. A maioria são pessoas que conhecem a área, moram por aqui e sabem dos riscos”, relatou o major.