'Não entrem na água. Não é para gente'
Mãe de jovem que morreu atacado por tubarão na Praia de Piedade, em Jaboatão, disse que já o havia alertado sobre perigo de tomar banho no local
Publicação: 05/06/2018 03:00
O corpo de José Ernesto Ferreira da Silva, 18 anos, vítima de um ataque de tubarão no domingo, começou a ser velado às 21h de ontem, na casa da família, no bairro de Santo Aleixo, em Jaboatão dos Guararapes. Ele morreu às 4h05, após passar por cirurgia no Hospital da Restauração. O rapaz chegou em estado grave à unidade de saúde devido aos ferimentos provocados pela investida do animal. O sepultamento acontece hoje à tarde no Cemitério da Saudade, em Jaboatão.
Com a morte de José Ernesto, Pernambuco registra o 25º caso fatal após mordida de tubarão. Em menos de dois meses, este é o segundo incidente envolvendo tubarões em frente à igrejinha de Piedade. Em 15 de junho, o vendedor Pablo Diego Inácio de Melo, 34 anos, foi atacado no mesmo ponto. Sobreviveu, mas perdeu a mão e a perna direitas. Ao todo, 12 ataques foram registrados no local, considerado o mais perigoso para esse tipo de incidente no estado, desde 1992.
Segundo o diretor-geral do HR, Miguel Arcanjo, quando José Ernesto chegou ao hospital trazido pelo Samu, ele estava inconsciente devido à perda de sangue. Ele apresentava lesões graves na coxa esquerda e na genitália. Após a cirurgia, ele chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR, mas não resistiu aos ferimentos.
“O rapaz chegou ao Hospital da Restauração extremamente grave. De imediato recebeu sangue, foi levado ao bloco cirúrgico, foi operado por uma equipe multidisciplinar, com oito cirurgiões. Ao término da cirurgia, ele foi encaminhado para a UTI, recebeu todos os cuidados possíveis, porém, infelizmente, às 4h05 ele veio a óbito”, contou Miguel.
Ainda na manhã de ontem, o corpo de José Ernesto foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML). Às 17h, a Funerária Vale da Saudade levou o cadáver para o procedimento de tanatopraxia, antes de seguir para a casa dos familiares, onde ocorre o velório.
Bastante abalada, a mãe de José Ernesto, Elisângela dos Anjos, 42 anos, contou que já havia alertado o filho sobre o perigo de ataques na área. “Eu pedia para ele se cuidar, mas ele só queria estar dentro d’água. Sempre foi afoito”, disse Elisângela. Apelou para que os banhistas tomem cuidado a partir de agora. “Não entrem na água. A água não é mais para gente. Na última vez em que estivemos na praia foi no Dia da Criança (12 de outubro de 2017). Estava a família toda. Nós vimos tubarão na água e mostrei para eles ‘tá vendo o perigo? Não entrem’. E saiu todo mundo da água porque ficamos em pânico”, contou a mãe do rapaz.
Ainda segundo Elisângela, ela não havia se encontrado com o filho no dia que antecedeu o incidente. “Só o vi quando ele estava se arrumando para sair. Depois, meu filho mais velho perguntou para onde ele tinha ido. E eu não sabia. Só falei ‘que Deus tome a frente’”, disse a mãe transtornada.
Elisângela afirmou ainda que recebeu a notícia por telefone. “Quando eram 17h, meu filho mais velho recebeu uma ligação dos colegas que estavam com Ernesto avisando. Meu filho gritava no telefone ‘traga ele para casa’ e eu estava sem saber o que tinha acontecido. Pensei que ele havia sido baleado”. A mãe da vítima disse que vai lembrar do filho como um menino doce. “Ele nunca dizia que ia para praia porque sabia que ‘mainha’ e ‘painho’ iriam dizer não. Era um menino ótimo, carinhoso, beijoqueiro. Minha gente, eu peço a vocês: não entrem na água! O tubarão está no lugar dele”, reforçou.
Com a morte de José Ernesto, Pernambuco registra o 25º caso fatal após mordida de tubarão. Em menos de dois meses, este é o segundo incidente envolvendo tubarões em frente à igrejinha de Piedade. Em 15 de junho, o vendedor Pablo Diego Inácio de Melo, 34 anos, foi atacado no mesmo ponto. Sobreviveu, mas perdeu a mão e a perna direitas. Ao todo, 12 ataques foram registrados no local, considerado o mais perigoso para esse tipo de incidente no estado, desde 1992.
Segundo o diretor-geral do HR, Miguel Arcanjo, quando José Ernesto chegou ao hospital trazido pelo Samu, ele estava inconsciente devido à perda de sangue. Ele apresentava lesões graves na coxa esquerda e na genitália. Após a cirurgia, ele chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR, mas não resistiu aos ferimentos.
“O rapaz chegou ao Hospital da Restauração extremamente grave. De imediato recebeu sangue, foi levado ao bloco cirúrgico, foi operado por uma equipe multidisciplinar, com oito cirurgiões. Ao término da cirurgia, ele foi encaminhado para a UTI, recebeu todos os cuidados possíveis, porém, infelizmente, às 4h05 ele veio a óbito”, contou Miguel.
Ainda na manhã de ontem, o corpo de José Ernesto foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML). Às 17h, a Funerária Vale da Saudade levou o cadáver para o procedimento de tanatopraxia, antes de seguir para a casa dos familiares, onde ocorre o velório.
Bastante abalada, a mãe de José Ernesto, Elisângela dos Anjos, 42 anos, contou que já havia alertado o filho sobre o perigo de ataques na área. “Eu pedia para ele se cuidar, mas ele só queria estar dentro d’água. Sempre foi afoito”, disse Elisângela. Apelou para que os banhistas tomem cuidado a partir de agora. “Não entrem na água. A água não é mais para gente. Na última vez em que estivemos na praia foi no Dia da Criança (12 de outubro de 2017). Estava a família toda. Nós vimos tubarão na água e mostrei para eles ‘tá vendo o perigo? Não entrem’. E saiu todo mundo da água porque ficamos em pânico”, contou a mãe do rapaz.
Ainda segundo Elisângela, ela não havia se encontrado com o filho no dia que antecedeu o incidente. “Só o vi quando ele estava se arrumando para sair. Depois, meu filho mais velho perguntou para onde ele tinha ido. E eu não sabia. Só falei ‘que Deus tome a frente’”, disse a mãe transtornada.
Elisângela afirmou ainda que recebeu a notícia por telefone. “Quando eram 17h, meu filho mais velho recebeu uma ligação dos colegas que estavam com Ernesto avisando. Meu filho gritava no telefone ‘traga ele para casa’ e eu estava sem saber o que tinha acontecido. Pensei que ele havia sido baleado”. A mãe da vítima disse que vai lembrar do filho como um menino doce. “Ele nunca dizia que ia para praia porque sabia que ‘mainha’ e ‘painho’ iriam dizer não. Era um menino ótimo, carinhoso, beijoqueiro. Minha gente, eu peço a vocês: não entrem na água! O tubarão está no lugar dele”, reforçou.
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