De acordo com levantamento divulgado pelo governo na sexta-feira, data que marca três meses dos dois primeiros casos de Covid-19 registrados no estado, Pernambuco conseguiu recuperar, ao todo, 27 mil pessoas que foram infectadas pela doença. Do total, pelo menos 7 mil destas desenvolveram sintomas graves e precisaram de atendimento na rede hospitalar, incluindo internamento em leitos de UTI.

“Estes números refletem as vidas que foram salvas e justificam qualquer esforço realizado no enfrentamento da Covid-19 no estado. É uma marca muito importante atingida pelo nosso hospital universitário. Parabenizo todos os profissionais que têm se dedicado, tanto no Oswaldo Cruz, quanto em todas as unidades de saúde, na linha de frente do combate ao novo coronavírus”, disse o governador

Os primeiros pacientes do estado, o casal Solange Catunda e Sylvio Cavalcanti, foram registrados no dia 12 de março, após os empresários voltarem de uma viagem ao Egito e à Itália. A primeira passou 17 dias internada, já o seu marido só foi liberado dois meses depois, no dia 5 de maio, após passar os últimos 31 dias entubado na UTI do Hospital Português. Segundo o governo, ações de prevenção à pandemia já estavam sendo tomadas em janeiro deste ano.

“Mesmo sem a confirmação de casos da Covid-19, Pernambuco já estava com a rede orientada e com capacidade para acolher os pacientes suspeitos, prestando a devida assistência com a elaboração e atualização de protocolos clínicos para orientar as equipes e com a abertura de leitos em unidades de referência”, pontuou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Uma das instituições de saúde que passou a atuar como referência no tratamento do coronavírus é o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc). Além do Huoc, toda a rede hospitalar precisou ser ampliada durante o combate à doença. Para isso, foram instalados 1.594 leitos, sendo 721 de UTI, espalhados por 40 hospitais de todas as macrorregiões de Saúde. Para os pacientes terem acesso às vagas, os encaminhamentos são feitos pela Central de Regulação Estadual, que também teve sua capacidade física e de recursos humanos ampliados com a convocação de milhares de profissionais de saúde. Ao todo, 7.947 concursados e aprovados em diversas seleções foram chamados para enfrentar a Covid-19. Outros 1.869 profissionais, que estavam atuando em ambulatórios, foram recrutados e passaram para a linha de frente da rede hospitalar ou para atendimento no aplicativo Atende em Casa.

Três Hospitais de Campanha também foram abertos para dar suporte a quem foi contagiado. O primeiro destes começou a receber pacientes na sexta. A estrutura provisória possui 20 leitos de enfermaria e está localizada em terreno anexo ao Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, que já conta com outros 85 leitos, sendo 50 de UTI. Os outros hospitais iniciarão funcionamento nas próximas semanas e foram instalados nos municípios de Serra Talhada e Petrolina, no Sertão.

Além dos exames e testes rápidos disponibilizados pelo Ministério da Saúde, a estrutura do Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco também está sendo utilizada para diagnosticar casos suspeitos da patologia. Atualmente, o Lacen analisa uma média de 70 exames por semana. “Hoje, a nossa capacidade é de mais de 10 mil exames por semana e até o momento já realizamos cerca de 80 mil testes nos últimos três meses. Esse quantitativo nos coloca entre os estados que mais realizaram testes da Covid-19. E não vamos parar por aí. Já estamos adquirindo uma máquina de última geração e outros 120 mil testes RT-PCR, o que vai quadruplicar nossa capacidade de processamento”, comentou o secretário estadual de Saúde.

REDE DE SAÚDE
A rede estadual montada para as ações de combate à Covid-19 recebeu mais de sete mil pernambucanos, que tiveram atendimento nos 1,6 mil leitos criados em todas as regiões do estado, sendo 700 de UTI e 900 de enfermaria. Além disso, o governador informou, que o Hospital Universitário Oswaldo Cruz registrou a milésima alta médica de um paciente internado com o coronavírus.

O governador Paulo Câmara lembrou que o Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19 entra em nova fase nesta segunda-feira,“Não vamos hesitar em fazer alterações, de acordo com as orientações das autoridades de saúde e científicas”, disse.