Baobá: uma parte da identidade e história do Recife
Neste sábado é comemorado o dia desta árvore, que carrega uma rica memória e compõe o cenário de bairros históricos da capital
Júlia Rodrigues
Especial para o Diario
local@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 19/06/2021 06:15
Ancestralidade. Palavra que, entre tantos significados, se refere ao aparecimento, num indivíduo, de caracteres pertencentes a gerações anteriores. O substantivo, no entanto, vai além da etimologia. Neste sábado (19), é comemorado o Dia do Baobá. A árvore, originária de países da África, compõe o cenário de bairros históricos do Recife, e é parte da construção identitária do povo pernambucano.
O baobá é símbolo de resistência da população negra do Brasil. Conforme o escritor e jornalista Laurentino Gomes retrata nas pesquisas para o lançamento de um dos volumes do livro Escravidão, existe uma estrada em Ouidah, localizada na República do Benim, na África Ocidental, que é conhecida como a rota dos escravos. Ao lado da estrada, tinha um baobá, que também era conhecido como Árvore do Esquecimento. Antes de subirem no navio negreiro, os homens “vendidos” davam nove voltas ao redor da árvore e as mulheres, sete. Na crença deles, esse era um ritual que os fazia esquecer o passado para ir em busca de um novo caminho, nesse caso, de forma forçada.
Em outros locais do Continente Africano, o baobá é chamado de “árvore mãe”, por possuir elementos nutritivos à sobrevivência humana, tanto no que se refere à produção de alimentos quanto a medicamentos. Entre as tantas representações que cercam a existência da árvore, o baobá carrega um legado inseparável do passado de extrema violência contra os povos negros, ironicamente servindo de alento à memória dos que foram trazidos ao país. Já no mundo imaginário, surgem histórias de que o francês Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro O Pequeno Príncipe, conheceu o baobá localizado na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, e que a árvore teria servido de inspiração para uma das ilustrações do livro.
Com troncos robustos, visto que consegue armazenar litros de água, a árvore também dá nome a um dos jardins do Recife, no bairro das Graças, na Zona Norte. A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife afirma que existem mais de 150 baobás na cidade, sendo 13 tombados pela prefeitura e catalogados no cadastro de árvores tombadas.
“O tombamento é um instrumento de preservação de espécimes vegetais de porte arbóreo, significativos no contexto urbano por sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes”, diz a secretaria. Nesse sentido, para além da proteção ambiental, preservar os baobás da cidade é um símbolo de proteção à memória e cultura local.
O baobá é símbolo de resistência da população negra do Brasil. Conforme o escritor e jornalista Laurentino Gomes retrata nas pesquisas para o lançamento de um dos volumes do livro Escravidão, existe uma estrada em Ouidah, localizada na República do Benim, na África Ocidental, que é conhecida como a rota dos escravos. Ao lado da estrada, tinha um baobá, que também era conhecido como Árvore do Esquecimento. Antes de subirem no navio negreiro, os homens “vendidos” davam nove voltas ao redor da árvore e as mulheres, sete. Na crença deles, esse era um ritual que os fazia esquecer o passado para ir em busca de um novo caminho, nesse caso, de forma forçada.
Em outros locais do Continente Africano, o baobá é chamado de “árvore mãe”, por possuir elementos nutritivos à sobrevivência humana, tanto no que se refere à produção de alimentos quanto a medicamentos. Entre as tantas representações que cercam a existência da árvore, o baobá carrega um legado inseparável do passado de extrema violência contra os povos negros, ironicamente servindo de alento à memória dos que foram trazidos ao país. Já no mundo imaginário, surgem histórias de que o francês Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro O Pequeno Príncipe, conheceu o baobá localizado na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, e que a árvore teria servido de inspiração para uma das ilustrações do livro.
Com troncos robustos, visto que consegue armazenar litros de água, a árvore também dá nome a um dos jardins do Recife, no bairro das Graças, na Zona Norte. A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife afirma que existem mais de 150 baobás na cidade, sendo 13 tombados pela prefeitura e catalogados no cadastro de árvores tombadas.
“O tombamento é um instrumento de preservação de espécimes vegetais de porte arbóreo, significativos no contexto urbano por sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes”, diz a secretaria. Nesse sentido, para além da proteção ambiental, preservar os baobás da cidade é um símbolo de proteção à memória e cultura local.