O rei do maracatu quer voltar às ruas com seu povo

Publicação: 26/02/2022 06:25

Erasmo Rodrigues, 44 anos, tem uma vida de muitas facetas. Babalorixá, educador social e afroempreendedor, ele também é rei, costureiro e aderecista do Maracatu Nação Cambinda Estrela.

Erasmo participou pela primeira vez da agremiação em 1999, ao ser convidado por um amigo para ajudar nas costuras das roupas das baianas. “Fui chamado para desfilar, mas não aceitei. Um ano depois, desfilei como o príncipe da corte. Em 2008, o rei da agremiação entregou a coroa e uma assembleia foi convocada. Ao fim da votação, fui eleito”, conta.  

Fundado em 1935, o Nação Cambinda Estrela vive um clima de resignação em sua sede, na Campina do Barreto, no Recife, pela primeira vez em quase nove décadas. Os componentes sentem-se tristes por não poder estar juntos vivendo mais um carnaval. “Tem sido muito difícil, pois perdemos muitos brincantes nesta pandemia. Durante esse período estamos realizando algumas ações internas em nossa sede. Transmitimos algumas lives dos maracatus adulto e mirim para levar o carnaval até a casa das pessoas através das nossas redes sociais”, conta.

A posição que ele ocupa o torna uma referência para os componentes da nação e até de outras. “Geralmente um rei é uma das pessoas com maior compromisso com o grupo. Ele deve zelar pela nação, cuidar do seu patrimônio, ser referência para as crianças.”