Calçadão dos Mascates completa 30 anos Camelódromo, na Avenida Dantas Barreto, enfrenta problemas. Comerciantes e clientes pedem melhores organização e limpeza do espaço

Wilson Maranhão

Publicação: 16/03/2024 03:00

Cidade conhecida, desde as origens, pelos vendedores nas ruas, os mascates, o Recife tem no coração do Centro da cidade um exemplo de de central de vendas erguida pensando em grande parte da população. Movimentado e “concorrido”, o Calçadão dos Mascates, mais conhecido como o Camelódromo da Avenida Dantas Barreto, completou, em fevereiro, 30 anos, desde a fundação, na gestão do ex-prefeito Jarbas Vasconcelos.

Quem circula pelo “Calçadão dos Mascates” se depara com um uma série de problemas. Do projeto original, ainda estão as estruturas de concreto dos seis módulos e mil boxes. Mas a ideia de retirar os ambulantes das ruas e garantir locais apropriados para o comércio, com tranquilidade e higiene, foi se perdendo, aos poucos. Tem de tudo na área do camelódromo, que começa nas imediações do pátio de São Pedro e segue até a Praça Sérgio Loreto, no bairro de São José.  

Nas estruturas onde funcionam os boxes, consumidores e comerciantes disputam espaço com bicicletas e até motos, que circulam sem nenhuma proibição. Atualmente, só três etapas do complexo estão ocupadas. O maior problema é o sexto e último módulo, nas imediações da Praça Sérgio Loreto, perto da sede do Galo da Madrugada. Em 2019, esse setor foi transformado em uma mini-rodoviária para coletivos intermunicipais pela Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc).
 
Tristeza
Para quem frequenta diariamente o camelódromo, os sentimentos são de tristeza e desânimo. É o caso de uma das mais antigas comerciantes do equipamento, Betânia Moreira, de 60 anos, que vende roupas há mais de 25 anos no local. Ela cobra da Prefeitura do Recife a criação de um canal de escuta com os trabalhadores para tratar sobre melhorias no espaço.

“Seria necessária uma revitalização para que pudéssemos vender sem nos preocuparmos com o calor, com a sujeira acumulada e falta de segurança. Estou aqui desde 1999 e é difícil o poder público escutar a gente. Do passado pra cá, muita coisa mudou, mas para pior”, reclamou a comerciante que atua no módulo 1.

No módulo 3, Emily de Souza, de 28 anos, trabalha há dez na venda de artigos religiosos. Segundo ela, uma das principais queixas dos trabalhadores é a falta de refrigeração e a sujeira. “Poderia ter um projeto ou estudo para implantar um sistema de refrigeração. Também temos muita sujeira acumulada. Isso afasta os clientes”, disse a comerciante.

Emily estava atendendo a doméstica Maria de Fátima, de 45 anos, que mora no bairro de São José. Ela também se queixou do calor, da sujeira e da falta de organização. “É ruim para a gente que vem consumir, imagina para quem trabalha”, comentou.

PCR
O Diario de Pernambuco entrou em contato com a PCR para falar sobre os projetos para o Camelódromo. Por nota, a gestão disse que “está em curso a maior intervenção de requalificação estrutural da história do Calçadão dos Mascates”. Ainda de acordo com a prefeitura, além de toda a recuperação da estrutura de ferro, estão sendo atualizadas as instalações elétricas, hidráulicas e a drenagem. “A intervenção no Camelódromo deverá ser entregue até o final do ano”, acrescentou.