Pai que matou bebê recém-nascida tentou interromper a gravidez Charles Luiz Félix nega o homicídio e age com "frieza", segundo a polícia. A criança foi socorrida, mas não resistiu

Aimé Kyrillos

Publicação: 26/07/2024 03:00

O homem que matou a própria filha, de cinco dias de vida, com chumbinho, tentou interromper a gestação ainda quando a mulher estava com dois meses de gravidez.  Segundo a Polícia Civil, Charles Luiz Félix, preso em flagrante pelo crime, é um “homem frio” e que nega o homicídio. Ontem, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que ele teve a prisão preventiva confirmada após a audiência de custódia e foi levado para o Centro de Triagem (Cotel) em Abreu e Lima, na Região Metropolitana.

Ontem, a polícia concedeu uma entrevista coletiva para explicar detalhes do assassinato da bebê Alícia Gabriela. O delegado Sérgio Ricardo falou sobre a relação de Charles com a mãe da criança e como ele agiu durante a gravidez, até a morte da recém-nascida, na terça (23).

Conforme a polícia, o pai da vítima propôs que a mulher fizesse um aborto quando ela estava com dois meses de gestação. Durante toda gravidez, apareceu pouco para ficar ao lado da companheira. Perto do parto, na semana passada, ele participou dos preparativos para o nascimento da filha.  No domingo (21), a bebê teve alta médica. No dia seguinte, passou pelo teste do pezinho e tomou vacina.

O pai ainda apresentou a criança aos vizinhos, como se tudo estivesse na “maior normalidade”, afirma a polícia.  Então na terça, Charles aproveitou o momento, em que a mãe da menina estava tomando banho, para preparar o leite com o chumbinho e dar para a criança.  O caso aconteceu em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

A vítima chegou a ser levada pelos pais para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, também na Zona Sul, mas não resistiu.

Na unidade de saúde, a equipe médica constatou que a criança havia sido envenenada e acionou a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE).  Os testes comprovaram o veneno, usado parta matar ratos, na mamadeira e na fralda da menina. Mesmo assim, segundo o delegado, ele negou tudo.  

Charles, ainda conforme a polícia, tinha antecedentes criminais. Passou seis meses presos por furto. Ele tirou dinheiro de uma defensora pública cega para quem trabalhava.