Comando Litoral lidera crimes desde 2017
Diario de Pernambuco teve acesso, com exclusividade, a mais de 5 mil páginas de investigações do Ministério Público que miram a cúpula do bando
Felipe resk e ricardo novelino
Publicação: 09/09/2024 03:00
Com base na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, um dos principais cartões-postais de Pernambuco, a facção Comando Litoral, antes chamada de Trem Bala, é famosa pela violência usada para aniquilar seus inimigos e controlar o tráfico de drogas e de armas de fogo.
A atuação, a partir do Grande Recife, começou em meados de 2017. Em franca expansão, o grupo criminoso já fatura milhões, tem cerca de 20 lideranças mapeadas e até possui braços em estados vizinhos como Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte, de acordo com relatórios do Ministério Público (MPPE) e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco (Ficco).
O Diario de Pernambuco teve acesso, com exclusividade, a mais de 5 mil páginas de investigações que miram a alta cúpula do bando – agora, intitulado Comando Litoral Sul (CLS), na área de origem, e de Comando Litoral Norte (CLN), em novas regiões. Os documentos oficiais trazem à tona, pela primeira vez, o organograma da facção e qual é o papel exercido pelos integrantes mais importantes.
Segundo as investigações, o topo é ocupado por Osnir Cândido Urbano, o Osnir Cabeça, de 47 anos, acusado de construir uma rede de fornecedores em outros estados e de ser o verdadeiro “dono” de toda a cocaína, maconha, skunk e crack vendidos ilegalmente.
Hoje, o grupo mantém relações estreitas com o Comando Vermelho (CV), facção de dimensão nacional, que nasceu no Rio de Janeiro. Com integrantes fortemente armados e até sistemas de câmeras para vigiar a polícia, a estrutura do Comando do Litoral envolve desde criminosos com função de “olheiro” a um núcleo especializado em matar desafetos e concorrentes.
Alta cúpula
Osnir Cabeça foi preso em um condomínio de luxo em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, em maio de 2023. Na ocasião, os policiais ainda apreenderam documentos falsos, dezenas de jóias e anotações do tráfico.
Só os valores que estavam descritos nos papéis somavam mais de R$ 6 milhões – um indicativo da alta lucratividade dos negócios ilícitos. Em depoimento à Justiça, traficantes responsáveis por bocas de fumo também admitiram que faturaram R$ 10 mil por semana, cada um, em meados de 2018, no início das atividades da facção.
Osnir é chamado de “chefe” até por Evanilson José da Silva, o Bambam, de 37 anos, fundador do antigo Trem Bala e tido como o atual número dois, de acordo com os documentos. Com três mandados de prisão em aberto, Bambam chegou a ocupar o posto de bandido mais procurado do estado e foi pego na praia de Ponta Negra, em Natal, em março de 2022.
Atualmente, os dois estão no sistema penitenciário federal, onde são supervigiados e sem direito a visitas íntimas. Apesar do isolamento dos chefões, os relatórios apontam que outras lideranças conseguem assumir os negócios e continuam emitindo ordens de presídios estaduais.
A cúpula do crime
Com integrantes fortemente armados e até sistemas de câmeras para vigiar a polícia, a estrutura do Comando do Litoral envolve desde criminosos com função de “olheiro” até um núcleo especializado em matar desafetos e concorrentes. Documentos oficiais detalham o organograma da facção e os papéis exercidos por cada uma de suas lideranças, mapeadas pelas investigações.
Osnir Cândido Urbano, o Osnir Cabeça
Chefão, é o fornecedor de drogas da facção e responsável por articular contatos fora do estado. Está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).
Evanilson José da Silva, o Bambam
Número 2, é fundador do Trem Bala e era considerado o principal líder até as investigações mais recentes. Está preso no sistema federal.
Pedro Paulo de Jesus Teixeira, o Carioca
Responsável por expandir o grupo e tomar decisões sobre a vida de rivais, é “gerente” e foi líder da facção nas ruas. Está preso em Aracaju (SE).
Emerson José da Silva, o Messinho
Irmão de Bambam, é “gerente”, substituiu Carioca e foi preso com um revólver e uma faca personalizada em ouro. Está preso em Itaquitinga (PE).
Regival Alves da Silva, o Val
Também considerado “gerente”, atua como tesoureiro e assumiu os contatos com fornecedores de droga. Está preso em Igarassu (PE).
A atuação, a partir do Grande Recife, começou em meados de 2017. Em franca expansão, o grupo criminoso já fatura milhões, tem cerca de 20 lideranças mapeadas e até possui braços em estados vizinhos como Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte, de acordo com relatórios do Ministério Público (MPPE) e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco (Ficco).
O Diario de Pernambuco teve acesso, com exclusividade, a mais de 5 mil páginas de investigações que miram a alta cúpula do bando – agora, intitulado Comando Litoral Sul (CLS), na área de origem, e de Comando Litoral Norte (CLN), em novas regiões. Os documentos oficiais trazem à tona, pela primeira vez, o organograma da facção e qual é o papel exercido pelos integrantes mais importantes.
Segundo as investigações, o topo é ocupado por Osnir Cândido Urbano, o Osnir Cabeça, de 47 anos, acusado de construir uma rede de fornecedores em outros estados e de ser o verdadeiro “dono” de toda a cocaína, maconha, skunk e crack vendidos ilegalmente.
Hoje, o grupo mantém relações estreitas com o Comando Vermelho (CV), facção de dimensão nacional, que nasceu no Rio de Janeiro. Com integrantes fortemente armados e até sistemas de câmeras para vigiar a polícia, a estrutura do Comando do Litoral envolve desde criminosos com função de “olheiro” a um núcleo especializado em matar desafetos e concorrentes.
Alta cúpula
Osnir Cabeça foi preso em um condomínio de luxo em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, em maio de 2023. Na ocasião, os policiais ainda apreenderam documentos falsos, dezenas de jóias e anotações do tráfico.
Só os valores que estavam descritos nos papéis somavam mais de R$ 6 milhões – um indicativo da alta lucratividade dos negócios ilícitos. Em depoimento à Justiça, traficantes responsáveis por bocas de fumo também admitiram que faturaram R$ 10 mil por semana, cada um, em meados de 2018, no início das atividades da facção.
Osnir é chamado de “chefe” até por Evanilson José da Silva, o Bambam, de 37 anos, fundador do antigo Trem Bala e tido como o atual número dois, de acordo com os documentos. Com três mandados de prisão em aberto, Bambam chegou a ocupar o posto de bandido mais procurado do estado e foi pego na praia de Ponta Negra, em Natal, em março de 2022.
Atualmente, os dois estão no sistema penitenciário federal, onde são supervigiados e sem direito a visitas íntimas. Apesar do isolamento dos chefões, os relatórios apontam que outras lideranças conseguem assumir os negócios e continuam emitindo ordens de presídios estaduais.
A cúpula do crime
Com integrantes fortemente armados e até sistemas de câmeras para vigiar a polícia, a estrutura do Comando do Litoral envolve desde criminosos com função de “olheiro” até um núcleo especializado em matar desafetos e concorrentes. Documentos oficiais detalham o organograma da facção e os papéis exercidos por cada uma de suas lideranças, mapeadas pelas investigações.
Osnir Cândido Urbano, o Osnir Cabeça
Chefão, é o fornecedor de drogas da facção e responsável por articular contatos fora do estado. Está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).
Evanilson José da Silva, o Bambam
Número 2, é fundador do Trem Bala e era considerado o principal líder até as investigações mais recentes. Está preso no sistema federal.
Pedro Paulo de Jesus Teixeira, o Carioca
Responsável por expandir o grupo e tomar decisões sobre a vida de rivais, é “gerente” e foi líder da facção nas ruas. Está preso em Aracaju (SE).
Emerson José da Silva, o Messinho
Irmão de Bambam, é “gerente”, substituiu Carioca e foi preso com um revólver e uma faca personalizada em ouro. Está preso em Itaquitinga (PE).
Regival Alves da Silva, o Val
Também considerado “gerente”, atua como tesoureiro e assumiu os contatos com fornecedores de droga. Está preso em Igarassu (PE).