Misturar medicamentos pode levar a óbito Nem todos os medicamentos causam interações, mas o uso simultâneo com outros medicamentos, suplementos ou alimentos aumentam os riscos

Luíza Cabral Saraiva
Marina Costa

Publicação: 22/01/2025 03:00

A utilização simultânea de diversos medicamentos é uma estratégia frequentemente utilizada pelos profissionais de saúde para potencializar tratamentos. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), no Brasil, 9 entre 10 pessoas usam remédios sem a orientação de um farmacêutico ou médico. Porém, quando a combinação de fármacos não é acompanhada por um profissional responsável, há um aumento nas chances de se obter misturas perigosas, que podem levar até ao óbito do paciente.

O farmacêutico do Hospital Jayme da Fonte, Luciano Andrade, explica que essas combinações, chamadas de interações medicamentosas, ocorrem quando um medicamento, alimento, bebida ou mesmo um fator externo – como a temperatura elevada –, afeta a ação de droga em uso, podendo aumentar ou diminuir o seu efeito, resultando na diminuição da eficácia do tratamento, agravamento da doença e até mesmo reações adversas que podem ser graves ou fatais.

Sinais de alergia, como manchas na pele, coceira, inchaço, dificuldade para respirar, tontura, sonolência extrema, ou até uma piora inesperada nos seus sintomas podem indicar uma interação medicamentosa. “Procure atendimento médico imediatamente. É importante buscar ajuda o mais rápido possível em casos graves. E leve uma lista detalhada de todos os remédios que você está tomando, incluindo fitoterápicos, suplementos alimentares e até chás. Isso ajuda os profissionais a identificar a causa do problema”, aconselha o especialista.

No entanto, nem toda interação medicamentosa vai afetar a saúde ou tratamento do paciente, e muito menos potencializar os efeitos colaterais de cada remédio utilizado. Algumas combinações são planejadas para aumentar a eficácia dos tratamentos, como os medicamentos para controlar a hipertensão. Para isso, o paciente precisa manter uma rotina com acompanhamento monitorado por especialistas, que podem ajustar as doses e criar um cronograma com o horário correto para administração dos medicamentos.

Próximo ao marco inédito de 70 anos, o Hospital Jayme da Fonte, consolidado no Polo Médico do Recife, é reconhecido por sua qualidade e segurança na oferta dos serviços na área de saúde.
 
Como diminuir as chances de ocorrer uma interação medicamentosa?

  • Sempre informe o seu médico/farmacêutico sobre todos os medicamentos e suplementos que você utiliza.
  • Siga as orientações de horário, dose e alimentação prescritas.
  • Evite a automedicação.
  • Consulte um farmacêutico ou médico antes de iniciar um novo medicamento.

Quais os casos mais comuns de interação medicamentosa?

  • Antibióticos + anticoncepcionais, reduzindo a eficácia do anticoncepcional.
  • Antidepressivos medicamentos para enxaqueca, que podem aumentar o risco de síndrome serotoninérgica.
  • Anti-inflamatórios anticoagulantes, aumentando o risco de sangramentos.

Outros comportamentos também podem causar problemas com a interação medicamentosa?
  • Alimentos ricos em vitamina K (como espinafre) podem interferir na ação de anticoagulantes.
  • Suplementos fitoterápicos (como erva-de-são-joão) podem reduzir a eficácia de antidepressivos.
  • Bebidas alcoólicas podem aumentar o efeito sedativo de medicamentos.