FICCO desarticula facção interestadual Envolvida em tráfico de drogas e homicídios, entre outros crimes, a organização atuava em vários estados a partir de Porto de Galinhas

MALU MENDES

Publicação: 16/04/2025 03:00

Uma megaoperação coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco (FICCO/PE) foi deflagrada, na manhã de ontem, para desarticular uma organização criminosa, conhecida como Comando Litoral Sul, envolvida em tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios. A distribuição era concentrada na região de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, com ramificações na capital e Região Metropolitana do Recife.  

A Operação Kéfale aconteceu de forma simultânea em onze estados brasileiros. As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Ipojuca e envolvem, além de Pernambuco, os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Tocantins e Rondônia.

A investigação, conduzida pela FICCO/PE, revelou um esquema bem estruturado de fornecimento de entorpecentes, com origem em rotas internacionais. Segundo os investigadores, o grupo atuava com cadeia de comando definida e usava da violência armada para manter o controle de territórios. A operação mobilizou mais de 400 agentes de segurança de diversas instituições que compõem a FICCO, como as polícias Federal, Civil, Militar e Penal, além da Secretaria da Defesa Social de Pernambuco (SDS/PE) e da Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN).

MANDADOS
Durante a entrevista coletiva, foi informado que, em três anos, a organização movimentou cerca de R$ 40 milhões. Segundo o delegado Márcio Tenório, da Polícia Federal, 102 dos 109 mandados expedidos foram cumpridos. Ao todo, 53 pessoas foram presas preventivamente. Sete investigados continuam foragidos. O principal líder foi preso na capital pernambucana, e outros chefes do tráfico foram capturados em pontos estratégicos de fronteira, utilizados para o recebimento de drogas vindas da Bolívia e do Paraguai.

A facção era dividida em três núcleos. O primeiro era responsável pelo tráfico. O segundo núcleo cuidava da segurança da logística e da manutenção do poder territorial, utilizando ameaças e homicídios. O terceiro núcleo era voltado à lavagem de dinheiro, com a abertura de empresas de fachada nos setores de comércio, ensino e transporte.