Novo desabamento de marquise acende alerta Uma mulher estava no local quando parte da estrutura desabou. Em casos similares, duas pessoas acabaram morrendo este ano no interior do estado

Publicação: 25/04/2025 03:00

Imagens mostram a marquise depois do desabamento de parte da sua estrutura (NIVALDO FRAN/DP FOTO)
Imagens mostram a marquise depois do desabamento de parte da sua estrutura

Desabamentos de marquises em cidades pernambucanas têm chamado atenção para os riscos da negligência com a manutenção de estruturas antigas. Apesar da existência de uma legislação estadual desde 2006 que prevê a realização de vistorias e reparos periódicos em imóveis públicos e privados, casos recentes revelam que o cumprimento da norma continua longe do ideal.

Ontem, uma mulher ficou ferida ao cair de uma marquise na Rua Professor Artur Coutinho, próximo à Escola Estadual Pintor Lauro Villares, em Roda de Fogo, nos Torrões, Zona Oeste do Recife. A vítima foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionado por populares que presenciaram o fato. A vítima não teve nome divulgado mas, segundo o Corpo de Bombeiros de Pernambuco, ela tem 58 anos. Não foram repassadas informações sobre o estado de saúde dela.

Desde 2006, a Lei nº 13.032 determina que edificações residenciais, comerciais, educacionais e de saúde devem passar por vistorias a cada cinco anos (para construções com até 20 anos) ou a cada três anos (caso tenham mais de duas décadas). A responsabilidade pela manutenção recai sobre os proprietários e inquilinos dos imóveis. Nos casos de imóveis públicos, o dever é do órgão competente.

HISTÓRICO

O problema se repete. No dia 18 deste mês, a marquise de um prédio comercial no Centro de Timbaúba, na Mata Norte, desabou e assustou moradores e transeuntes. A estrutura caiu diante de duas lojas e residências localizadas no imóvel, mas, sem feridos.

Situação bem mais grave foi registrada no dia 7 de abril, em Belo Jardim, no Agreste. Amanda Ferreira de Araújo, de 31 anos, morreu após ser atingida por uma marquise enquanto estava sentada na calçada de casa, no bairro dos Felicianos. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Também em abril, uma mulher de 62 anos morreu ao cair da laje de sua residência, em Caruaru, no Agreste. A estrutura desabou com a vítima, que sofreu múltiplas fraturas. A Defesa Civil interditou o imóvel e as casas vizinhas, reforçando o alerta sobre as más condições de construções antigas.