Pai de Ingridy cresceu junto o sequestrador
Durante o velório do corpo da menina de 13 anos, enterrada ontem em Floresta, ele lembrou da amizade de infância com o responsável pelo crime
Publicação: 01/04/2025 03:00
![]() | |
Ingridy foi descrita pelo pai como uma menina carinhosa e com muitos amigos |
O corpo da adolescente Ingridy Vitória, de 13 anos, foi enterrado na manhã de ontem no Cemitério São Miguel, em Floresta, Sertão de Pernambuco. O sepultamento reuniu uma multidão, que prestou suas últimas homenagens à adolescente. A mãe dela, Adriana Gomes, estava inconsolável, amparada por parentes e amigos enquanto se despedia da filha.
Durante o velório, o pai da menina, Cícero Cipriano da Silva, falou publicamente sobre o crime cometido por seu vizinho e colega de trabalho, Jocelmo Caldas da Silva. “Meu próprio amigo, o que foi que ele fez comigo? Hoje estou velando a minha filha, triste, sofrendo. Era coisa que a gente não esperava. Total confiança que a gente dava a ele, e ele fazia isso com a gente. Estou sem chão”, lamentou.
AMIZADE
Jocelmo e Cícero se conheciam desde a infância. Cresceram juntos no projeto Curaçá NH2, distrito de Itamotinga, em Juazeiro (BA), e compartilhavam a rotina de trabalho há cerca de oito anos.
Na terça-feira (25), Ingridy foi sequestrada por Jocelmo próximo à zona rural de Santa Maria da Boa Vista. Ele havia oferecido carona a sua família (a mãe Adriana Gomes e o seu irmão Marcos, de 4 anos), de Curaçá, na Bahia, até Santa Maria.
Cícero participou das buscas na caatinga. “Estávamos na mata procurando, na chance de tentar achar ela viva. O elemento nem tanto, nós queríamos era ela, né? Mas não conseguimos completar essa etapa”, contou o pai.
O corpo de Ingrid foi encontrado no sábado (29). Antes disso, a Polícia Militar encontrou o sequestrador que acabou morto em troca de tiros. Os detalhes sobre a investigação só serão divulgados após a conclusão do inquérito.
Ingridy foi descrita pelo pai como uma menina carinhosa e querida por todos. “Uma menina bem legal, que tinha amizade com todo mundo na escola e não costumava sair de casa sem a mãe”, relatou.