SDS arquiva investigação de tortura
Quatro policiais civis teriam ameaçado e batido em um suspeito de homicídios. Um delegado chegou a gravar a confissão de tortura realizada pelos acusados
JORGE COSME
Publicação: 10/04/2025 03:00
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) arquivou um processo administrativo disciplinar que investigava quatro policiais civis por suspeita de tortura em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. Segundo a denúncia, os policiais teriam ameaçado e batido em um homem na delegacia da cidade para que confessasse a autoria de dois homicídios.
O caso aconteceu em 2009. Durante a investigação, um delegado chegou a gravar uma conversa com o agente Manoel Aluízio da Silva, um dos investigados, em que confessava ter dado um “acocho” no suspeito para que ele admitisse participação nos assassinatos. “Acochamos ele, realmente. A gente pegou e fez: ‘Eu vou lhe matar se você não disser quem foi que matou esse cara’”, diz a transcrição do áudio.
No áudio, o investigado também confessa ter batido no suspeito. “Até estou dizendo ao senhor que bati, porque eu bati mesmo, mas o Ronaldo [outro investigado] não bateu. Estou sendo um cabra homem aqui”, diz.
Após mais de 15 anos da ocorrência, no entanto, a investigação foi engavetada sem conclusões sobre o crime ou punição contra os responsáveis. Na portaria, publicada no sábado (5), o secretário da SDS, Alessandro Carvalho, alegou que o arquivamento se deu porque o caso prescreveu.
Também eram investigados os agentes de polícia Ronaldo Oliveira da Silva Júnior, Eduardo Ferrer de Santana e Antônio Roberto Cavalcanti de Almeida. O Diario de Pernambuco não conseguiu contato com a defesa dos citados. O espaço segue aberto para manifestação.
CASO
Na ocasião, a Polícia Civil investigava os homicídios do comerciante Eraldo da Silva Nascimento e de seu segurança, Luciano Ferreira de Lima, ocorridos em junho e julho de 2009, respectivamente. As investigações apontavam que o assassinato teria sido cometido a mando um concorrente. O caso de tortura também correu na esfera criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), mas o processo foi extinto em 2024.
O caso aconteceu em 2009. Durante a investigação, um delegado chegou a gravar uma conversa com o agente Manoel Aluízio da Silva, um dos investigados, em que confessava ter dado um “acocho” no suspeito para que ele admitisse participação nos assassinatos. “Acochamos ele, realmente. A gente pegou e fez: ‘Eu vou lhe matar se você não disser quem foi que matou esse cara’”, diz a transcrição do áudio.
No áudio, o investigado também confessa ter batido no suspeito. “Até estou dizendo ao senhor que bati, porque eu bati mesmo, mas o Ronaldo [outro investigado] não bateu. Estou sendo um cabra homem aqui”, diz.
Após mais de 15 anos da ocorrência, no entanto, a investigação foi engavetada sem conclusões sobre o crime ou punição contra os responsáveis. Na portaria, publicada no sábado (5), o secretário da SDS, Alessandro Carvalho, alegou que o arquivamento se deu porque o caso prescreveu.
Também eram investigados os agentes de polícia Ronaldo Oliveira da Silva Júnior, Eduardo Ferrer de Santana e Antônio Roberto Cavalcanti de Almeida. O Diario de Pernambuco não conseguiu contato com a defesa dos citados. O espaço segue aberto para manifestação.
CASO
Na ocasião, a Polícia Civil investigava os homicídios do comerciante Eraldo da Silva Nascimento e de seu segurança, Luciano Ferreira de Lima, ocorridos em junho e julho de 2009, respectivamente. As investigações apontavam que o assassinato teria sido cometido a mando um concorrente. O caso de tortura também correu na esfera criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), mas o processo foi extinto em 2024.