Para tentar sair ou entrar em casa, Givanise Vieira ainda enfrenta vários alagamentos

Apesar do dia de sol e das águas das áreas alagadas estarem baixando, ontem, no bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), muitos ainda sofriam com as consequências dos alagamentos. Boa parte dos moradores do Loteamento Brasil Novo, conhecido como Sapolândia, ainda estão em abrigos por conta dos alagamentos. Alguns moradores, que não quiseram sair de suas casas, se arriscam atravessando as águas que ainda ocupam as ruas da localidade.

A única entrada para o Loteamento é pela Rua da Acerola que segue alagada e traz transtornos para os moradores da localidade, como a aposentada Givanise Vieira, de 67 anos.

“Eu moro aqui desde 93 e sempre passei por isso. Eu morava nessa casa debaixo, mas por causa da chuva a gente construiu em cima” enfatizou ela, que ainda reside com mais dois filhos e o marido. O térreo da casa que foi desocupada por ela em 2018 ainda está alagado por conta das chuvas, que na Muribeca atingiram a marca de 122,96 milímetros (mm) nas últimas 48 horas, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).

Ela conta que antes de se mudar para a parte de cima do imóvel, a rotina de colocar os móveis em cima de tijolos e de ficar acordada em dias de chuvas era comum na sua família. “A gente botava tudo em cima de tijolos, cobria tudo com plástico e passava a noite acordada esperando a água secar. Já perdi guarda-roupa, sofá, televisão, colchão, tudo. Já perdi um bocado de coisa,” relembra Givanise.

RESPOSTA
Em nota, a Defesa Civil de Jaboatão dos Guararapes comunicou que encaminhou 80 pessoas que moram no Loteamento Brasil Novo a um abrigo municipal, em Cajueiro Seco. “Elas estão recebendo alimentação, dormitório, banho e atividades recreativas para as crianças”, diz a nota à impresna.

Também ontem, o Ministério  da Integração e Desenvolvimento Regional informou o empenho de R$ 54 milhões para a construção de novas unidades habitacionais que serão entregues a 393 famílias de Jaboatão. Todas foram vítimas das trágicas chuvas de 2022 - quando 64 pessoas morreram só no município.