Defesa Civil de Paulista interdita mais um prédio
Esse é o segundo edifício na mesma rua que, por causa do risco de desabamento, precisou ser totalmente desocupado pelo órgão em menos de uma semana
Publicação: 14/05/2025 03:00
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O edifício Primavera já tinha sido notificado sobre a necessidade de reforço na estrutura |
Em apenas quatro dias, dois prédios-caixão foram interditados no Janga, em Paulista, e na mesma rua. Na última segunda-feira (12), a Defesa Civil do município realizou a interdição do Edifício Primavera, na rua Catende, próximo ao Edifício Carajás, que na última sexta-feira (9) precisou ser também desocupado devido ao risco de desabamento. A vistoria no Edifício Primavera foi motivada após os problemas identificados no prédio vizinho.
Durante a análise técnica, a equipe detectou afundamento no piso externo, cerâmicas se desprendendo e comprometimento estrutural da caixa d’água. Segundo a Defesa Civil, o imóvel no ano passado havia sido classificado com risco estrutural nível 2 e precisou ser reclassificado para risco 3 (crítico), devido à falta de manutenção ao longo dos anos. O prédio também constava na amostragem feita pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) em 2008, já apontando alto risco.
Três apartamentos estavam ocupados no momento da vistoria. De acordo com a Prefeitura de Paulista, todos os moradores foram orientados a não permanecer no local e a organizar a retirada de seus pertences de forma segura e sem tumulto.Um parecer técnico será entregue ainda esta semana e poderá ser usado pelos proprietários para acionar seus direitos junto à seguradora ou instituição financeira responsável pelos financiamentos.
CARAJÁS
Na sexta-feira, o Edifício Carajás também foi interditado após vistoria da Defesa Civil. A equipe já havia concedido um prazo de seis meses, em 2024, para que os reparos estruturais fossem realizados, o que não aconteceu. A vistoria recente confirmou o agravamento das patologias, reforçando a necessidade da interdição no prédio que tem mais de 40 anos de construção e um histórico de comprometimento estrutural.
De acordo com a gestão municipal, a equipe da Defesa Civil realizou uma vistoria técnica no local e identificou problemas como afundamento no piso externo, infiltrações, comprometimento estrutural da caixa d’água e cerâmicas se desprendendo.
HISTÓRICO
Proibidos de serem construídos em todo o estado desde 2005, pelo menos 18 edificações do tipo caixão caíram na Região Metropolitana do Recife, nos últimos 50 anos, deixando ao menos 50 mortos. O termo caixão é uma referência ao formato de caixa desses edifícios. Segundo a definição técnica de engenheiros, os prédios desse tipo usam “alvenaria resistente na função estrutural”, em vez de concreto armado. Ou seja, nesse tipo de imóvel, as próprias paredes sustentam a estrutura, sem o uso de vigas ou pilares.
Um mapeamento feito pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) aponta que cerca de 5,3 mil prédios foram construídos dessa forma na região, principalmente no Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista.