Técnica retira miomas sem deixar cicatrizes
Embolização uterina é um procedimento minimamente invasivo e que possui uma variedade de outros benefícios para o paciente
Luíza Cabral Saraiva
Marina Costa
ESTÚDIO DP
Conteúdo Publieditorial
Publicação: 21/05/2025 03:00
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Dr. Rafael Lins: risco de infecção é reduzido e procedimento é minimamente invasivo |
Responsáveis por afetar uma em cada duas mulheres em idade reprodutiva, os miomas uterinos são tumores benignos que podem crescer na superfície externa, na parede do útero e na sua camada mais interna. Apesar de serem, geralmente, assintomáticos, podem levar ao sangramento menstrual intenso, aumento do volume do abdômen, infertilidade e até o aborto. Uma das maneiras mais eficazes de tratamento é através da embolização das artérias uterinas.
O procedimento, minimamente invasivo, funciona a partir da introdução de um cateter na artéria femoral, perto da virilha. Assim, o cirurgião consegue acessar a artéria uterina que alimenta o tumor e é realizada a liberação de partículas de uma substância que entope o fornecimento de sangue ao mioma, provocando assim a sua isquemia (falta de oxigênio e nutrientes) e sua expressiva redução de volume.
Segundo o cirurgião vascular do Hospital Jayme da Fonte, Rafael Lins, os riscos atrelados a este procedimento são menores em comparação a uma cirurgia convencional: “O risco de infecção da ferida operatória, já que é só uma punção, é bastante reduzido. Por se tratar de um procedimento bem menos invasivo, a pessoa pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte. Ele não deixa cicatriz, não abre a barriga, a paciente não perde o útero e nem fica com aquela fragilidade pélvica após uma histerectomia (retirada do útero)”, pontua o especialista.
Como este procedimento leva à obstrução do fluxo sanguíneo que estaria nutrindo uma parte do útero, algumas pacientes podem sofrer um pequeno desconforto no pós-cirúrgico. Quando o coração sofre uma isquemia (interrupção ou redução do fluxo sanguíneo), por exemplo, a pessoa enfarta e sente uma dor no peito. A embolização induz algo parecido, em uma proporção menor e, por isso, a paciente pode sentir cólicas no pós-operatório.
Apesar de ser utilizada em tumores, a técnica não pode ser usada em casos cancerígenos devido a necessidade de uma margem maior de segurança. “A doença maligna é tratada de forma diferente da benigna. Nós não podemos correr o risco de deixar o tumor dentro do paciente. Temos que retirá-lo para que não haja reincidência da doença. Não temos direito a uma segunda chance”, finaliza.
Próximo ao marco de 70 anos, o Hospital Jayme da Fonte inaugurou seu novo centro cirúrgico, possibilitando mais conforto e segurança nos procedimentos realizados na unidade, com espaço para videocirurgias e cirurgias neurológicas de grande porte, sistema de anestesia que monitora a dosagem dos medicamentos e mesas especiais para obesos mórbidos.