SANTA CASA » Arquidiocese investiga denúncias de desvios

MAREU ARAÚJO

Publicação: 16/07/2025 03:00

Os problemas teriam ocorrido no âmbito da Santa Casa (CRYSLI VIANA/DP FOTO)
Os problemas teriam ocorrido no âmbito da Santa Casa

A Arquidiocese de Olinda e Recife investiga uma série de denúncias contra o superintendente da Santa Casa de Misericórdia, o padre Claudionor Alves de Lima, por supostos desvios administrativos. As irregularidades teriam sido cometidas entre abril de 2024 e junho de 2025.

A investigação foi instaurada após a entrega de um dossiê, obtido pelo Diario de Pernambuco, que acusa o padre Claudionor de fazer contratos com “consultorias fantasmas” e até de usar um cartão corporativo para compras pessoais. O documento, assinado por Alan Eric de Sousa, que é ex-assessor do Superintendente da Santa Casa, foi encaminhado ao arcebispo Dom Paulo Jackson.

Em nota, a Arquidiocese de Olinda e Recife confirmou a instauração de uma Investigação Prévia – instrumento canônico que prevê a análise dos documentos, a escuta das partes envolvidas e o depoimento de eventuais testemunhas. O objetivo da medida é avaliar se as denúncias são plausíveis.

“A Investigação Prévia tem como único propósito esclarecer de forma objetiva e transparente todas as circunstâncias que envolvem as acusações. Ao final, caso se constate indícios suficientes de veracidade, poderá ser instaurado o Processo Canônico para apuração aprofundada. Não havendo elementos mínimos de verossimilhança, o procedimento será arquivado de imediato”, diz a Arquidiocese.

Procurada, a Santa Casa afirmou que, até o momento, não tem “conhecimento sobre os fatos mencionados”. O Diario também tentou contato, via e-mail, com o padre Claudionor, mas não obteve resposta até esta publicação.

Segundo o documento, o padre Claudionor teria usado um cartão corporativo, como o nome de Dom Paulo Jackson, para fazer compras pessoais. O dossiê também acusa o superintendente da Santa Casa de estabelecer contratos com consultorias que não teriam “prestação de serviço compatível com o recebido”, além de “práticas que indicam desvios como ‘rachadinhas’ e favorecimento político”.