Português avança com futuro shopping
Sócios do Clube aprovaram que o projeto de venda do terreno, para a construção de novos empreendimentos no local, siga adiante
MARÍLIA PARENTE
Publicação: 01/08/2025 03:00
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Caso a proposta se viabilize, o clube passará a ocupar o último andar do shopping |
Associados proprietários do Clube Português, na Zona Norte do Recife, votaram pela evolução do projeto de construção de um shopping na sede da agremiação. Realizada na noite da última quarta-feira (30), a assembleia extraordinária convocada para debater o tema teve 57 votos favoráveis contra 50 votos contrários ao megaempreendimento.
A aprovação, contudo, não representa a deliberação final dos associados a respeito do shopping. Depois de um longo debate com a CM Construtora, responsável pela proposta, o corpo associativo decidiu constituir comissões para dar continuidade aos estudos e aperfeiçoar o projeto. Apenas depois disso, a proposta final voltará a ser votada e, se aprovada, apresentada à prefeitura. A gestão municipal já teve acesso à proposta atual e solicitou um estudo de impacto de trânsito.
Sócios do Português, no entanto, têm questionado os processos internos de votação acerca do projeto imobiliário. No último dia 16 de junho, o juiz Ossamu Narita, da 20ª Vara Cível da Capital do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), determinou a reativação imediata do título de sócia-proprietária número 385, pertencente à médica Margareth Rose de Oliveira Maciel.
Ela descobriu que havia perdido os direitos associativos sob justificativa de inadimplência, às vésperas de uma assembleia marcada pelo clube para discutir o projeto do shopping. Nos autos, a defesa da médica afirma que seu procurador chegou a se dirigir ao clube com o objetivo de regularizar eventuais débitos, mas foi informado de que nenhuma informação financeira ou boleto para pagamento seriam fornecidos.
O procurador em questão era o empresário Nogue Maciel, filho de Margareth, para quem ela transmitiu seus direitos de sócia. “Os sócios-proprietários não pagavam mensalidades no clube. Isso mudou de três anos para cá, mas ninguém nos informou. Apenas depois, fiquei sabendo que a convocação dos associados inadimplentes tinha acontecido no jornal interno do clube, por meio da numeração dos títulos. A gente nem lembrava desse número”, explica Nogue.
“O ‘bloqueio’ de 179 (cento e setenta e nove) títulos tem por finalidade manipular o placar das assembleias, a fim de facilitar a aprovação do negócio [a construção do shopping] pelo quadro social”, diz a peça do advogado Rafael Carneiro Leão.
Fontes ouvidas pelo Diario de Pernambuco relataram que o projeto utilizaria toda a capacidade de construção dos 26 mil metros quadrados da área do clube. Com térreo e três pavimentos, o novo centro de compras deve ter o dobro de lojas do Shopping Plaza, no bairro de Casa Forte, que reúne cerca de 160 empreendimentos.
Já o empresarial seria construído virado para a Praça do Entroncamento. O projeto prevê ainda que as três torres residenciais fiquem integradas ao shopping, através de uma laje.mA proposta inclui um edifício empresarial e três torres residenciais integradas ao shopping, em formato de “U”. Cada uma delas deve ter entre 60 e 70 metros de altura. O clube continuaria funcionando na cobertura do empreendimento.