A inabalável plenitude de Sandy Vinte e seis anos após a estreia, em parceria com o irmão Júnior, a cantora e jurada do programa Superstar se afirma no mercado em carreira solo

Adriana Izel
edviver.pe@dabr.com.br

Publicação: 06/06/2016 03:00

Participação no talent show transmitido pela Globo aumentou a visibilidade da artista (PEDRO CURI/TV GLOBO)
Participação no talent show transmitido pela Globo aumentou a visibilidade da artista
Dos 33 anos de Sandy, 26 são dedicados à música. Ela deu os primeiros passos na música ao lado do irmão, Júnior. A dupla se tornou um dos maiores fenômenos do Brasil. Em 2007, a parceria chegou ao fim. Há seis anos, a cantora segue em carreira solo (na semana passada, ela desmentiu boatos de uma volta da dupla). No início, houve quem duvidasse que Sandy conseguisse seu espaço no mercado. Entre os motivos, a figura marcada por conta da dupla e a dificuldade de definição do estilo da artista. Onde Sandy iria se encaixar na música brasileira? “A minha música é um pouco mais abrangente que isso. Não consigo me encaixar em um estilo só. Mas há um gênero predominante que é pop alternativo com indícios de folk. Uma mistura grande. Tenho muita liberdade para compor sem pensar em que estilo estou fazendo”, rebate.

Depois do lançamento de dois CDs, Manuscrito (2010) e Sim (2013), Sandy retorna com mais um álbum, Meu canto, que deve chegar às lojas ainda neste mês. O disco é definido pela cantora como uma continuidade do que começou há seis anos, com algumas mudanças na sonoridade, mas sempre autoral. “Eu só estou dando continuidade ao meu trabalho. De modo geral, todas as canções revelam emoções minhas, pensamentos, reflexões…”, define.

No DVD homônimo, também a ser lançado, há cinco faixas inéditas, entre elas o já hit Me espera (em parceria com Tiago Iorc), além de duas releituras e duas canções da época da dupla Sandy e Júnior. “Fico feliz e superemocionada de relembrar essa história que construiu quem eu sou hoje como artista e como pessoa”, diz Sandy sobre ainda incluir canções da fase anterior da carreira em seu projeto solo.

Entrevista Sandy  //  Cantora

“Agora me sinto mais segura e mais firme na carreira”

Continuidade
Eu nunca tinha parado para pensar em classificação dos discos. Eu só estou dando continuidade ao meu trabalho. Agora me sinto mais segura e mais firme na carreira solo. Ele reflete o momento que estou vivendo porque meus trabalhos são sempre autorais.

Definição de estilo
É muito difícil rotular. A minha música é um pouco mais abrangente que isso. Não consigo me encaixar em um estilo só. Mas há um gênero predominante que é pop alternativo com indícios de folk. Uma mistura grande. Tenho muita liberdade para compor sem pensar em que estilo estou fazendo.

Cenário atual
No próprio Superstar vejo algumas tendências e acho muito legal. Fico surpresa com algumas coisas que não esperava ter força no Brasil, como o cenário do folk, que é um estilo que eu amo. Vejo algumas mudanças no rock’n’roll e as misturas que as pessoas fazem. A música eletrônica está muito presente em estilos como rock, o funk, a música baiana. Vejo essas tendências ali no palco e isso, claro, acaba refletindo um pouco no meu trabalho.

Maternidade
Não tem como a maternidade não te influenciar. Mas acho que não houve uma mudança diretamente relacionada, por exemplo, na minha música. Não fiz nenhuma canção para o Theo. Só que, com certeza, a gente se transforma. Muda o foco da vida. A maternidade é uma coisa muito importante, que eu vivo com muita intensidade e alegria. Acho que é o papel que desempenho melhor.

Gilberto Gil...
Sempre fui fã do Gil. Eu queria chamar alguém de que eu gostasse muito. Pensei nele por ser uma grande admiradora. Ele aceitou na hora. Para escolher a música para oferecer tive que pensar em algo que fosse do tamanho dele. Escolhi Olhos meus, do disco Sim, achei que combinaria com ele. O Gil gostou muito e ficou muito harmonioso, combinou com ele. Acho que ficou um dueto muito bom. Não vejo a hora do DVD sair e todo mundo conferir, pois foi uma coisa preciosa.

Superstar
Agora, já estou mais experiente e segura para a função de jurada. Você mexe com o sonho das pessoas. Por mais que eu não defina nada, meu voto pode influenciar o público. É um desafio bom que eu gosto de realizar e enfrentar. Acho divertido e gostoso ouvir música boa. A gente aprende, acaba adquirindo muito e tendo contato com coisas bacanas. Estou amando a experiência mais uma vez. A diferença é que agora eu vi como o jogo funciona. É uma competição bastante acirrada. É quase cruel, pois só tem um vencedor.

Mulher empoderada
Sim, me considero no sentido de que eu sou uma mulher que trabalha desde cedo, isso me traz uma sensação de segurança, confiança, um certo poder. Acho muito importante para as mulheres (ter esse poder). Elas têm que fazer o que amam, sem se preocupar com preconceitos, sexismos e com o machismo que ficou impregnado na sociedade até hoje. Ser um exemplo para as mulheres de uma geração é muito importante e também bacana. Vejo que muitas se espelham em mim, no meu trabalho, na minha força. Isso faz eu me sentir bem-sucedida e com um poder para não me intimidar com as coisas retrógradas que existem em nossa sociedade.