Bizarros também na telinha

Publicação: 10/12/2016 03:00

Desde os primórdios da televisão, os palhaços são figuras frequentes entre os programas voltados para o público infantil. Não raro, muitos deles adquirem um ar bizarro e taciturno. O mais bem-sucedido entre esses personagens foi criado em 1946 por Alan W. Livingston para uma série de histórias em disco. Três anos depois, Bozo estreou na TV norte-americana, interpretado por Larry Harmon. Com o sucesso do palhaço, Larry comprou os direitos autorais do personagem e o transformou em uma franquia de sucesso, a ponto de treinar mais de 200 atores para interpretá-lo em emissoras do país.

Nessa mesma época, a rede de fast-food McDonald’s - uma das anunciantes do programa do Bozo - criou o próprio palhaço, Ronald McDonald. Somente na década de 1980 Bozo ganharia uma versão brasileira, interpretada inicialmente por Wandeko Pipoca. Nessa mesma época, surgiriam outros personagens nacionais (igualmente excêntricos e com potencial assustador), como Vovó Mafalda (Valentino Guzzo) e Papai Papudo (Gibe).

O intérprete mais popular do Bozo brasileiro, no entanto, foi Arlindo Barreto, à época movido a uísque, maconha e cocaína. A inalação da droga chegou ao ponto de corroer as cavidades nasais do palhaço, cuja ostentação incluía o namoro com a dançarina Gretchen e uma coleção de carros conversíveis. A saga do homem por trás da maquiagem chegará aos cinemas em 2017, em longa-metragem dirigido por Daniel Rezende e protagonizado por Vladimir Brichta. Para driblar os direitos autorais norte-americanos, características e alguns nomes foram trocados: o filme se chamará Bingo, o Rei das Manhãs. Ainda no elenco, Leandra Leal, Ana Lúcia Torre, Emanuele Araújo, Tainá Muller, Domingos Montagner.