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Em dia histórico para a visibilidade da cultura nacional no mundo, "Ainda Estou Aqui" recebe indicação inédita para o cinema brasileiro na categoria de Melhor Filme. Fernanda Torres vai concorrer a melhor atriz
André Guerra
Publicação: 24/01/2025 03:00
Na manhã de ontem, o Brasil parou para assistir à sua mais aguardada lista de indicados ao Oscar até hoje. E a espera valeu a pena. Causando comoção nos grupos, nas redes sociais e em todos os setores da cultura, Ainda Estou Aqui garantiu uma indicação histórica em Melhor Filme, sendo o primeiro longa brasileiro a concorrer na categoria. Além disso, também vai disputar como Melhor Filme Internacional - a primeira desde Central do Brasil e a quinta da história do país. E Fernanda Torres, consagrada como grande ícone da temporada, foi indicada a Melhor Atriz, tornando-se a segunda brasileira a concorrer na categoria, seguindo os passos de sua mãe, Fernanda Montenegro.
A lista começou a ser divulgada em live oficial da Academia às 10h30, apresentada pelos atores Rachel Sennott e Bowen Yang, e mal deu tempo de as comemorações por Fernanda acontecerem, porque, logo em seguida, foram anunciados os dez finalistas na categoria máxima, com Ainda Estou Aqui presente. Dirigido por Walter Salles, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o fenômeno cinematográfico nacional é o mais prestigiado do país pelo Oscar desde Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, indicado em quatro categorias, incluindo Direção. Vale lembrar que a dupla Fernanda Torres e Selton Mello protagonizou o também ambientado na época da ditadura militar O Que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto, que competiu na categoria estrangeira em 1998.
Às 10h46, quando todos aguardavam pela divulgação das atrizes, o nome de Fernanda, último anunciado, chegou desbancando gigantes da temporada, como Angelina Jolie (Maria Callas), Nicole Kidman (Babygirl), Kate Winslet (Lee) e Tilda Swinton (O Quarto ao Lado), e, no páreo com ela ficaram: Demi Moore (A Substância), Cynthia Erivo (Wicked), Mikey Madison (Anora) e Karla Sofia Gascón (Emilia Pérez), que se tornou a primeira concorrente trans da história da categoria.
O Brasil disputa a estatueta principal com alguns dos filmes mais falados da temporada: Emilia Pérez, O Brutalista, Wicked, Um Completo Desconhecido, Conclave, Anora, Duna: Parte 2, A Substância e Nickel Boys. Com Ainda Estou Aqui e Emilia Pérez (falado em espanhol, mas representante da França), o Oscar colocou pela segunda vez consecutiva mais de um longa falado em língua não-inglesa entre os dez nomeados a Melhor Filme. Na categoria internacional, concorrem com o Brasil e a França os longas Flow (representando a Letônia), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e A Garota da Agulha (Dinamarca).
Com uma carreira de sucesso que vem desde a estreia ovacionada no Festival de Veneza de 2024, no qual venceu o prêmio de Melhor Roteiro, o longa brasileiro foi um dos filmes que mais cresceram ao longo da temporada de festivais. Indicado a todas as principais premiações da indústria, ganhou imensa visibilidade internacional após a vitória histórica de Fernanda no Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama, o que impulsionou sua campanha e consolidou de vez as chances de indicação ao prêmio da Academia.
A cerimônia do Oscar acontecerá no dia 2 de março, domingo de carnaval, e, de acordo com anúncio da Academia, os prêmios de atuação serão apresentados no palco por vencedoras de edições anteriores, em modelo realizado também no ano passado - e os brasileiros já estão fazendo suas apostas sobre qual será a atriz que apresentará a indicação de Fernanda no dia da premiação.
Ainda Estou Aqui já seria um marco instantâneo na produção cinematográfica brasileira pelo seu apanhado e simbolismo histórico, pelo impacto cultural da sua aclamação e bilheteria, pelo engajamento impressionante nos meios virtuais e pela onipresença nos grandes festivais da tão impenetrável indústria hollywoodiana. As três indicações ao Oscar 2025, porém, estabelecem um novo patamar para ele: uma dimensão de vitorioso que nenhum dos envolvidos poderia prever. Seja qual for o resultado, quem já ganhou foi o Brasil.
O ator Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva, marido de Eunice, que é levado por agentes da ditadura militar e posteriormente assassinado, ressaltou a importânca do filme de Walter Salles, que, para ele, faz sucesso porque as pessoas se identificam.
“O filme vem num momento perfeito, e ele tem feito um sucesso enorme por onde passa porque todo mundo se identifica. Se identifica na dor, na perda de alguém da família, no momento do mundo, de medo, o que pode acontecer amanhã. Então, assim, uma indicação de Melhor Filme coloca o filme e o tema na mesa”, diz Mello. (com Correio Braziliense)
A lista começou a ser divulgada em live oficial da Academia às 10h30, apresentada pelos atores Rachel Sennott e Bowen Yang, e mal deu tempo de as comemorações por Fernanda acontecerem, porque, logo em seguida, foram anunciados os dez finalistas na categoria máxima, com Ainda Estou Aqui presente. Dirigido por Walter Salles, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o fenômeno cinematográfico nacional é o mais prestigiado do país pelo Oscar desde Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, indicado em quatro categorias, incluindo Direção. Vale lembrar que a dupla Fernanda Torres e Selton Mello protagonizou o também ambientado na época da ditadura militar O Que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto, que competiu na categoria estrangeira em 1998.
Às 10h46, quando todos aguardavam pela divulgação das atrizes, o nome de Fernanda, último anunciado, chegou desbancando gigantes da temporada, como Angelina Jolie (Maria Callas), Nicole Kidman (Babygirl), Kate Winslet (Lee) e Tilda Swinton (O Quarto ao Lado), e, no páreo com ela ficaram: Demi Moore (A Substância), Cynthia Erivo (Wicked), Mikey Madison (Anora) e Karla Sofia Gascón (Emilia Pérez), que se tornou a primeira concorrente trans da história da categoria.
O Brasil disputa a estatueta principal com alguns dos filmes mais falados da temporada: Emilia Pérez, O Brutalista, Wicked, Um Completo Desconhecido, Conclave, Anora, Duna: Parte 2, A Substância e Nickel Boys. Com Ainda Estou Aqui e Emilia Pérez (falado em espanhol, mas representante da França), o Oscar colocou pela segunda vez consecutiva mais de um longa falado em língua não-inglesa entre os dez nomeados a Melhor Filme. Na categoria internacional, concorrem com o Brasil e a França os longas Flow (representando a Letônia), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e A Garota da Agulha (Dinamarca).
Com uma carreira de sucesso que vem desde a estreia ovacionada no Festival de Veneza de 2024, no qual venceu o prêmio de Melhor Roteiro, o longa brasileiro foi um dos filmes que mais cresceram ao longo da temporada de festivais. Indicado a todas as principais premiações da indústria, ganhou imensa visibilidade internacional após a vitória histórica de Fernanda no Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama, o que impulsionou sua campanha e consolidou de vez as chances de indicação ao prêmio da Academia.
A cerimônia do Oscar acontecerá no dia 2 de março, domingo de carnaval, e, de acordo com anúncio da Academia, os prêmios de atuação serão apresentados no palco por vencedoras de edições anteriores, em modelo realizado também no ano passado - e os brasileiros já estão fazendo suas apostas sobre qual será a atriz que apresentará a indicação de Fernanda no dia da premiação.
Ainda Estou Aqui já seria um marco instantâneo na produção cinematográfica brasileira pelo seu apanhado e simbolismo histórico, pelo impacto cultural da sua aclamação e bilheteria, pelo engajamento impressionante nos meios virtuais e pela onipresença nos grandes festivais da tão impenetrável indústria hollywoodiana. As três indicações ao Oscar 2025, porém, estabelecem um novo patamar para ele: uma dimensão de vitorioso que nenhum dos envolvidos poderia prever. Seja qual for o resultado, quem já ganhou foi o Brasil.
O ator Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva, marido de Eunice, que é levado por agentes da ditadura militar e posteriormente assassinado, ressaltou a importânca do filme de Walter Salles, que, para ele, faz sucesso porque as pessoas se identificam.
“O filme vem num momento perfeito, e ele tem feito um sucesso enorme por onde passa porque todo mundo se identifica. Se identifica na dor, na perda de alguém da família, no momento do mundo, de medo, o que pode acontecer amanhã. Então, assim, uma indicação de Melhor Filme coloca o filme e o tema na mesa”, diz Mello. (com Correio Braziliense)